O deputado João Marcelo Souza (MDB-MA) defendeu nesta quarta-feira, 19, que Estados e municípios fiquem de fora da proposta de reforma da Previdência, em discussão na Câmara dos Deputados. De acordo com ele, essa posição é defendida pela maioria do MDB, inclusive pelo líder do partido, Baleia Rossi (SP).
“Fica muito difícil a reforma passar — e eu sei que vai ter pressão — se colocarmos Estados e municípios no relatório”, disse ele.
Como o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou na noite de terça-feira, a retirada dos governos regionais foi exigência de muitos parlamentares para aprovar a proposta na Comissão Especial. A preocupação dos deputados é que não haja judicialização no futuro.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no entanto, ainda tem esperança de que os entes federativos sejam incluídos na reforma, diante da situação de crise geral nas finanças regionais e do avanço dos gastos de pessoal.
João Marcelo discursou pela manhã, durante a segunda sessão de debates sobre o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) na Comissão Especial que analisa a matéria.
Durante sua fala, o deputado criticou o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), ao dizer que ele se recusa a “ter boas intenções com a reforma”, mas quer ter as benesses da medida. “É complicado”, disse.
Ele defendeu ainda que a proposta seja aprovada pelo Congresso ainda neste ano, porque, no próximo, o País estará envolvido com as eleições municipais. “Se formos fazer algo que realmente vai fazer a diferença e vai estancar essa sangria, é agora”, disse.
Discursos
Às vésperas do feriado de Corpus Christi, o presidente da Comissão Especial, Marcelo Ramos (PL-AM), disse aos poucos presentes na sessão desta quarta que está fazendo adaptações na lista de inscritos para que os deputados que tenham voos marcados para seus Estados possam falar mais cedo.
A comissão fez um acordo para que apenas nesta quarta o deputado inscrito para falar e que não estiver no plenário na hora em que for chamado, não perca a sua vez. Nos demais dias, quem não estiver presente, perde o direito à fala.
A previsão é de que o debate sobre a reforma continue na próxima semana e o relatório seja votado pelo colegiado no fim do mês, mas ainda não há data marcada para a votação da proposta na comissão.