Os militantes afirmam que o pedido de afastamento é motivado não somente pelas acusações de que Valtenir teria sido beneficiado em um desvio de dinheiro público no valor de R$ 1,6 milhão, que foi usado para financiar campanhas eleitorais, como também pelo fato de ele “se achar o dono do PSB”.
O presidente do grupo sentinelas do PSB, Valter Reginold diz que por duas vezes, Valtenir tentou aplicar golpes no partido, realizando convenções às escondidas, para eleger a presidência dos diretórios municipal e estadual do partido.
“É inadmissível que aconteça uma coisa dessas no PSB. Não aceitamos um golpe desse e não podemos permitir que um indivíduo macule a imagem de um partido que em 60 anos não teve um escândalo que manchasse sua história”.
Reginold explica que há três anos os diretórios do PSB estão instituídos de forma provisória e acusa o deputado Valtenir Pereira de se aproveitar desta situação para falar em nome do PSB. “Este partido não constituído por uma estrela única. Ele é formado pela militância de base e é ela que decide quem vai dirigir a sigla, não temos patrão. Queremos eleições já e se ele quiser que monte uma chapa para concorrer”, relatou.
O militante revela que o caso está sendo comunicado à Executiva Nacional do PSB, para que sejam realizados os trâmites necessários para realização de eleições para os diretórios.
Denúncias
O afastamento de Valtenir também é por conta acusações de que sua campanha eleitoral teria sido financiada com dinheiro público. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar o caso e constatou que o esquema que desviou R$ 1,6 milhão para campanhas, foi montado pelo vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSD). Em 2009, quando era deputado federal, Rômulo apresentou uma emenda propondo a criação de um projeto, chamado Jampa Digital, que deveria levar internet de graça para João Pessoa.
A empresa Ideia Digital, que ganhou a concorrência de R$ 39 milhões, desviou parte do dinheiro, que foi usado em campanhas eleitorais.
Esta semana, Valtenir, por meio de nota encaminhada à imprensa, alegou que todas as despesas e receitas de sua campanha, foram devidamente contabilizadas e declaradas, tendo sido as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral, podendo a relação de doadores e das despesas ser aferida junto ao site do TSE.
O inquérito está agora com o Ministério Público Federal (MPF), que deverá apurar a eventual participação de Valtenir.
“Não compactuamos com essa atitude e achamos por bem pedir o afastamento temporário do deputado enquanto o caso está sob investigação”, finalizou Valter Reginold.