Atualmente, 125 agentes estão lotados na Diretoria de Trânsito, da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU) de Cuiabá. Entretanto, o Código de Trânsito Brasileiro prevê a necessidade de um agente para cada mil veículos.Tendo em vista que a frota de Cuiabá está estimada em 330 mil veículos, a demanda por agentes de trânsito, hoje, seria de no mínimo 330 profissionais atuando nas ruas da Capital.
Esta conta rápida expõe claramente a deficiência de profissionais na cidade. O coordenador de operação e fiscalização de trânsito, Michell Diniz, alerta ainda que do total de 125 agentes existentes na Capital, alguns ocupam coordenações na Diretoria de Trânsito, outros estão em setores internos e existem, ainda, aqueles que ficam no Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). Desta forma, segundo Diniz, o efetivo atuante nas ruas acaba baixando para 100 trabalhadores.
“Hoje, por exemplo, meu efetivo é de 100. Ainda assim, tem aquele agente que está com um atestado médico, aquele que se casou e tirou uma licença de sete dias, tem aquele que está de férias, então o efetivo baixa para aproximadamente 90 profissionais/mês”, revela o coordenador.
Segundo Diniz, quase que a totalidade deste número está desenvolvendo funções de orientação no trânsito, em decorrência das obras de mobilidade urbana na Capital. Ele argumenta, ainda, que por conta disso o trabalho de fiscalização de trânsito propriamente dito acaba sendo prejudicado por falta de pessoal.
“As obras de mobilidade urbana na cidade consomem praticamente 100% do nosso efetivo. Deixamos dois agentes pra fazer fiscalização, atender ligações via Ouvidoria ou em locais que chamamos de polos geradores de tráfego, que é onde a gente sabe que tem um número significativo de infrações. É notório que o serviço de fiscalização está prejudicado”, assegura Diniz.
Ele adverte, no entanto, que essa função de orientação e operação no trânsito é uma função inerente à atividade dos ‘amarelinhos’, de forma que não é correto dizer que eles estão deixando de fazer determinado serviço, mas, sim, que o efetivo de profissionais não é suficiente para atender a demanda gerada pelas obras de mobilidade urbana somada à função de fiscalizar as infrações de trânsito.