O dólar segue em alta nesta sexta-feira (24), ultrapassando a barreira dos R$ 3,30 e atingindo a máxima intradia em mais de 12 anos no início dos negócios.
Perto das 11h50, a moeda norte-americana, pressionada por preocupações com as condições fiscais do país após corte nas metas do governo, subia 0,94%, cotada a R$ 3,3268 na venda. Mais cedo, do dólar chegou a ser vendido a R$ 3,3373. Veja a cotação
O governo reduziu a meta de superávit primário deste ano para R$ 8,747 bilhões, ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), contra R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB), previstos até então. Além disso, abriu a possibilidade de abater até R$ 26,4 bilhões que, no limite, pode até gerar novo déficit primário.
As metas para 2016 e 2017, por sua vez, caíram para o equivalente a 0,7% e 1,3% do PIB, respectivamente. O objetivo anterior para cada um desses anos era de 2% do PIB, percentual que agora só deverá ser alcançado em 2018.
"A drástica redução da meta para 2015, assim como o ajuste extremamente gradual esperado para os próximos anos, sublinha o esperado rebaixamento pela Moody's e pode também desencadear revisões por outras agências e a perda do grau de investimento", escreveram analistas do banco Brasil Plural em nota a clientes, segundo a Reuters.
Nesse quadro, investidores aguardavam também novas pistas sobre como o Banco Central se posicionará em relação a suas intervenções no câmbio, levando em conta que o fortalecimento do dólar tende a aumentar a inflação já elevada.
O BC dá continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto, com oferta de até 6 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
Na véspera, o dólar avançou mais de 2%, fechando acima de R$ 3,29, na maior cotação em quatro meses, após o corte nas metas fiscais do governo alimentar temores de que o Brasil pode vir a perder seu valioso grau de investimento.
Fonte; G1