O Brasil criou 623.077 empregos formais em 2014 – uma redução de 58% no crescimento de vagas frente ao ano anterior, quando foram abertas 1,49 milhão de postos. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira (09). Este é o pior resultado desde 1999, quando o país criou 501.630 vagas de emprego.
Além dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que englobam os trabalhadores celetistas, os números da Rais também incluem os servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores temporários.
Setores
Dos oito setores de atividade econômica, cinco subiram em 2014 com relação ao ano anterior. Os setores que mais contribuíram para a criação de emprego formal foram serviços (+587,5 mil postos ou +3,51%) e comércio (+217,0 mil postos ou +2,28%).
Em contraste, aqueles que tiveram as maiores quedas foram indústria de transformação (fechamento de 121,7 mil vagas) e construção civil (queda de 76,9 mil).
Regiões
Houve expansão em todas as regiões. Em termos absolutos, a região Nordeste (+206,1 mil postos) registrou a maior geração de emprego, seguida pelas regiões Sudeste (+169,5 mil postos), Sul (+134,9 mil postos), Norte (+58,2 mil postos) e Centro Oeste (+54,3 mil postos).
Da mesma forma, em termos relativos, a liderança no incremento de empregos formais coube à região Nordeste (+2,31%). Em sequência, vêm Norte (+2,12%), Sul (+1,60%), Centro-Oeste (+1,28%) e Sudeste (+0,69%).
A elevação do emprego formal variou de 0,34% em Goiás a 7,14% em Tocantins. A exceção foi o estado do Amazonas que registrou uma perda de 1,5 mil postos ou queda de 0,23%, em função particularmente do desempenho negativo da Indústria de Transformação (-8,4 mil postos) e da Construção Civil (-6,2 mil postos).
Na região Sudeste, o desempenho positivo relaciona-se principalmente pelo crescimento em São Paulo (87,1 mil postos), que, por sua vez, originou-se do comportamento favorável em grande medida do setor de serviços (157,4 mil postos) em contraponto à perda de 88,4 mil postos na indústria de transformação. Em seguida, vem o Rio de Janeiro (54,6 mil postos).
Mulheres e homens
Os dados demonstram maior elevação do nível de emprego feminino (2,35%), ante ao masculino (0,46%). Embora o estoque de emprego do sexo masculino seja superior ao feminino, em termos absolutos, o incremento de empregos formais femininos, em 2014, correspondeu a mais 493 mil postos e dos homens, mais 130 mil vagas.
Segundo o MTE, cresceu a participação das mulheres no mercado de trabalho formal, que passou de 42,79% em 2013 para 43,25% em 2014.
Caged
Em 2014, o país gerou 396.993 vagas de empregos formais, segundo os dados do Caged divulgados pelo MTE. O número de empregos criados em todo ano passado representa uma queda de 64,4% em relação às vagas abertas em 2013 – que somaram 1,11 milhão
O recorde de geração de empregos formais, para um ano fechado, aconteceu em 2010, quando foram criadas 2,54 milhões de vagas.
Postos fechados em 2015
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, segundo o Caged, foram fechados 494.386 postos com carteira assinada. Foi o pior resultado para este período da série histórica disponibilizada pelo Ministério do Trabalho, que começa, para o período acumulado do ano, em 2002. Também foi a primeira vez desde 2002 que o saldo ficou negativo para os sete primeiros meses de um ano.
Fonte: G1