A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) considera o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14 positivo para o setor agropecuário, especialmente por conta do crescimento de 35% no volume de recursos para investimentos em comparação com a safra 2012/13, passando de R$28,3 bilhões para R$38,4 bilhões. Em relação aos limites para custeio e comercialização, o acréscimo foi de 25%.
A taxa de juros anual média será de 5,5%, podendo chegar a 3,5% em programas de aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem. Ao médio produtor serão disponibilizados R$13,2 bilhões, valor 18,4% maior que os R$11,15 bilhões ofertados na safra atual. A taxa de juros aplicada ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) é 4,5% ao ano. Os limites de empréstimo para custeio subiram de R$500 mil para R$600 mil e os referentes a investimento, de R$300 mil para R$350 mil.
As cooperativas poderão acessar R$5,3 bilhões por meio dos programas de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) e de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro). A taxa de juros anual para capital de giro foi reduzida de 9% para 6,5% ao ano.
A Famato espera melhorias na eficiência bancária e agilidade na regulamentação das medidas anunciadas pelo Governo Federal para garantir que os produtores rurais possam acessar os financiamentos prontamente.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, observa que o plano contemplou os principais pedidos enviados pelas entidades que representam o agronegócio mato-grossense.
O modelo, que começa a vigorar a partir de 1º de julho, é, segundo o secretário, historicamente o que mais contempla as necessidades estruturais da produção gigantesca do Estado. Além de ampliar o financiamento ao custeio, existem recursos específicos para armazenagem e a ampliação da oferta global de recursos.
Segundo ele, o principal avanço do modelo que será aplicado na safra 2013/2014 é justamente o aumento de 18% no montante disponibilizado, que passou de R$115 bilhões para R$136 bilhões, quando comparado ao volume anunciado no ano passado. Depois dos recursos, Geller chama a atenção para os conteúdos dos programas contidos no PAP.
“A armazenagem foi a maior demanda do segmento agrícola”, reforça, e por isso o secretário frisa que é importante que o produtor fique atento, comece a fazer o seu projeto, porque vai estar normatizado. “O Banco do Brasil e alguns outros bancos vão operar esta linha de armazenagem com taxa de juros de 3,5% ao ano, com três anos de carência e 15 anos para pagar. É um projeto só para toda a questão da armazenagem, seja ela específica, da construção civil ou de equipamentos. Isso foi um avanço extremamente importante”.
Outro avanço que correspondeu às necessidades do Estado e do Centro-Oeste brasileiro foi o aumento dos recursos para custeio, passando de R$800 mil para R$1 milhão. “Obtivemos também o aumento do recurso do programa ABC, de recuperação de áreas degradadas. Este é muito focado para a pecuária do Estado, aliás, a maior demanda da Acrimat”.
Por Sandra Carvalho
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