Jurídico

Coronel Zaqueu e cabo Gerson terão pedidos de liberdade analisados sexta-feira (09)

Acontece na próxima sexta-feira (09) na 11ª Vara de Justiça Militar em Cuiabá (MT), a primeira audiência de instrução dos policiais militares envolvidos no esquema de grampos ilegais em Mato Grosso, conhecido como Grampolândia Pantaneira. A decisão pela soltura ou não dos únicos réus ainda presos Zaqueu Barbosa e Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior também deve ocorrer ainda neste sexta.

 São réus o ex-secretário da Casa Militar, coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, o ex-comandante geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, o ex-comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, Januário Antônio Edwiges Batista, o ex-secretário adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Jorge de Barros, e também o cabo PM, Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior.

A audiência será conduzida pelo juiz Murilo Moura Mesquita e irão compor o conselho, Elierson Metello de Siqueira, Valdemir Benedito Barbosa, Luiz Cláudio Monteiro da Silva e Renato Antunes da Silveira Junior, estes nomeados membros titulares que terão como suplentes, Pedro Sidney Figueiredo de Souza, Lilian Tereza Vieira de Lima e Raimundo Francisco de Souza.

A nomeação dos componentes do conselho, foi divulgada na sexta-feira (02) no Diário Oficial e foi assinada pelo governador do estado Pedro Taques (PSDB). Além da decisão de soltura ou não dos dois militares presos, na primeira audiência de instrução, que acontecerá de portas fechadas devido o caso estar sobre segredo de justiça, serão ouvidos pela manhã as testemunhas e vítimas do escândalo que teve início da campanha eleitoral de 2014, e foi revelado a todo Brasil, pelo programa Fantástico da Rede Globo de televisão.

Arapongagem em MT

A existência de suposta central clandestina de grampos telefônicos em Mato Grosso veio à tona no 11 de maio, quando o governo do Estado anunciou a exoneração do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques. Sua saída foi anunciada como um acordo entre Paulo e seu primo, o governador Pedro Taques, para que o homem forte do Executivo deixasse o Palácio Paiaguás e cuidasse pessoalmente das investigações envolvendo a suposta “arapongagem”.

No dia 23 de maio, o juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada em Crimes Militares de Cuiabá, determinou a prisão preventiva do ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, que teria atuado não só como mandante, mas como o responsável por manter contato pessoal com magistrados para viabilizar a quebra de sigilo telefônico ilegal em Mato Grosso.

O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Golveia Junior – integrante do Núcleo de Inteligência da PM e teria assinado alguns pedidos de grampos à Justiça -, também foi preso.

O caso até então investigada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após denúncia do ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp), o promotor de Justiça Mauro Zaque, apontou que membros da Polícia Militar aproveitaram uma investigação relacionada ao tráfico de drogas na região de Cáceres (177 km de Cuiabá), para inserir números telefônicos de políticos adversários ao governo, médicos, advogados, jornalistas, servidores públicos e até desembargador aposentado de Mato Grosso, em um pedido de quebra de sigilo.

O requerimento para as interceptações teria sido encaminhado ao MPE, que por sua vez formalizou a solicitação à Justiça estadual. A autorização teria partido do juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, que não teria tido conhecimento de que nem todos os números relacionados pela PM estavam relacionados com o crime tratado no processo.

As escutas ilegais teriam começado no período das eleições de 2014, quando Silval Barbosa (PMDB) ainda era governador e Taques disputava as eleições. Em 2015, novos nomes foram incluídos nas escutas.

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Redação

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