Um estudo divulgado em 11 de novembro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que a realização da Copa do Mundo de Futebol, que começa no próximo dia 20, deverá injetar R$ 864,49 milhões no faturamento de bares e restaurantes do País. Esse valor equivale a um aumento de 8,3%, já descontada a inflação, em relação ao Mundial da Rússia, em 2018, porém 2,6% a menos que na Copa realizada no Brasil, em 2014.
Historicamente, nos meses que são disputados os Mundiais de Futebol, o faturamento desse segmento costuma crescer 2,52%, em relação à média mensal dos meses imediatamente anteriores. Além disso, o fato de que o campeonato será disputado no período de pagamento da primeira parcela do 13º salário favorece a expansão dos gastos neste ano.
“Uma das boas notícias deste fim de ano é que o aumento do movimento em bares e restaurantes para assistir aos jogos da Copa do Mundo vai ocasionar maior contratação de trabalhadores temporários para atendimento aos clientes extras desse período”, pontua o presidente da Confederação, José Roberto Tadros.Conforme o economista da CNC Fabio Bentes, responsável pela apuração, a estimativa é que 7,7 mil vagas extras sejam geradas. O salário médio de admissão de funcionários temporários deverá chegar a R$ 1,5 mil. Nas Copas de 2014 e 2018, os salários médios de admissão foram de R$ 920 e R$ 1,2 mil. Entre as principais vagas, estão garçons e auxiliares, que respondem por 23,4% dos postos, cozinheiros, 15,6%, e atendentes de lanchonete, 15%.
Serviços lideram recuperação da economia
O volume de receitas do setor de serviços cresceu 0,9% em setembro, no comparativo com o mês anterior (já descontados os fatores sazonais), de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Apesar de ter sido um dos setores mais castigados pelas consequências econômicas decorrentes da pandemia, quando comparados às demais atividades econômicas, os serviços apresentam atualmente o maior avanço, de 12%, em relação ao patamar pré-covid”, analisa Fabio Bentes. Conforme o economista, esse é o setor econômico mais avançado e o fim de 2022 apresenta um cenário promissor para essas atividades, especialmente, aquelas dedicadas aos serviços de alimentação.
O turismo, severamente afetado pelas restrições impostas pela pandemia, avançou 0,4% em setembro e alcançou, portanto, um volume de receitas 0,7% acima do período anterior à crise sanitária. Outro indício da recuperação do setor nos últimos meses, de acordo com Bentes, tem sido a reação do mercado de trabalho formal. Nos seis primeiros meses da pandemia, a queda abrupta da atividade levou o setor a eliminar 469,8 mil vagas formais – redução de 12% da força de trabalho nessas atividades.
Aos poucos, o setor foi se recuperando e, no acumulado de outubro de 2020 a setembro de 2022, 91% das vagas eliminadas foram reabertas. Os segmentos que mais contrataram foram bares e restaurantes, com quase 310 mil postos de trabalho, e serviços de hospedagem, que contrataram 74 mil pessoas. Desde maio do ano passado, os saldos mensais entre admissões e desligamentos no turismo têm se mostrado positivos.