Josiane Dalmagro – Da Redação
Um cidadão comum pega sua conta de energia assustado com o aumento dos últimos dois meses, se questionando como é que a conta foi subir tanto. Esse é o caso do professor Jorge Ramires, que costumava pagar cerca de R$ 350 por mês e levou um susto ao receber uma conta de R$ 463. “Em casa é sempre a mesma frequência de uso e dizem que foi o calor que gerou o aumento. Meu pai brigou, foi atrás, mas a única coisa que a Cemat fez foi vistoriar o relógio. Me sinto assaltado e indignado, à mercê da empresa, pois preciso da energia e sou obrigado a pagar”, disse ele, que é morador do bairro Renascer.
O mesmo aconteceu com o produtor de moda Lauro Justino, mas de forma ainda mais grave, pois em seu caso o aumento chegou a 177%. Segundo ele, a conta variava entre R$ 180 e R$ 250, mas deu um salto para R$ 500 no mês passado. “Entrei em contato com a Cemat e eles disseram que o aumento ocorreu por conta de um erro de leitura para menos de meses anteriores, que agora estava sendo repassado”, disse, indignado o morador do Centro de Cuiabá, que ainda acabou tendo problemas com a Serasa por falta de pagamento, enquanto questionava o aumento, em sua opinião, sem justificativa.
Outro exemplo é do empresário Vinícius dos Santos, que trabalha com transporte de commodities e, como na maioria das empresas, faz uso contínuo e constante dos mesmos equipamentos. Ele teve um aumento de mais de R$ 2 mil em sua conta de energia no intervalo entre agosto e outubro, passando de R$ 5.078 para R$ 7.091 mil.
O advogado Victor Lopes mora no bairro Araés e afirma que não apenas em sua casa houve aumento, mas também em uma chácara da família, que fica fechada a maior parte do tempo. “Em casa tivemos um aumento de R$ 100 de um mês para outro”, disse.
Em alguns dos casos citados acima houve aumento dos quilowatt por hora (Kwh), enquanto outros não. A dúvida que fica é: com o mesmo consumo, o que justificaria o aumento de Kwh poderia ser o calor, que faria com que aparelhos de ar-condicionado consumissem mais energia?
Outro lado
Em nota oficial a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), através de sua assessoria de imprensa, afirmou que não houve nenhum aumento recente e que o reajuste tarifário ocorre uma vez por ano. No caso da Cemat foi aprovado no dia 7 de abril deste ano, para 1,2 milhão de unidades consumidoras localizadas em 141 municípios de Mato Grosso e passou a vigorar no dia seguinte. O aumento foi de 11,16% para residências e pequenas empresas que utilizam baixa tensão e 13,42% para usuários da alta tensão, como indústrias, grandes comércios e hipermercados. Segundo a Aneel, o principal fator que influenciou o reajuste foi o aumento na quantidade de “energia nova” contratada pela concessionária.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Fazenda também informou que não houve qualquer aumento nos tributos vinculados à conta de energia elétrica. A prefeitura de Cuiabá, responsável pela taxa de Contribuição de Iluminação Pública, através de sua assessoria de imprensa, também garantiu que não houve aumento na tarifa e nem não há previsão de aumento para 2015.