Os consumidores estão mais otimistas em relação a suas dívidas, de acordo com a pesquisa Perfil do Inadimplente realizada pela Boa Vista SCPC, referente ao 3º trimestre de 2014.A pesquisa mostrou queda de 22% para 16% na fatia dos brasileiros que consideram que sua situação financeira piorou no trimestre, enquanto 41% afirmaram que a situação está melhor.
A maioria dos consumidores (93%) também está otimista em relação aos próximos 12 meses, porcentagem mais alta registrada nas 12 últimas pesquisas realizadas. "A percepção de melhoria e otimismo por parte do consumidor surpreende em um contexto de relativa instabilidade, de piora de desaquecimento do mercado de trabalho e de menor concessão de crédito", informa a instituição.
Segundo Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC, o Brasil deve fechar o ano com um Natal melhor em vendas do que os anos anteriores. "Vamos ter um final de ano razoável, mas ainda com um leve crescimento", explica.Dorival Dourado, presidente da instituição, concorda, mas tem ressalvas: "Apesar do otimismo visto na pesquisa, ainda é cedo para falar de uma retomada econômica", argumenta o executivo.Segundo o levantamento, 25% dos entrevistados disseram que suas dívidas diminuíram e 40% afirmaram que o nível de endividamento está igual. A maior fatia (78%) dos que têm nome sujo acredita que poderá pagar o valor total das contas sem necessidade de renegociar o valor devido, enquanto 22% irão pagar parte do valor.
Quanto ao valor das dívidas, 33% dos consumidores disseram que a soma das dívidas em atraso é de até R$ 500, enquanto 34% têm endividamento entre R$ 500,01 e R$ 4 mil e 33% devem acima de R$ 4 mil. A forma de pagamento que mais levou à inadimplência foram boletos, com 31%, e logo após veio o cartão de crédito, com 29%.A principal causa da inadimplência, segundo os consumidores, foi o desemprego, com 29%, seguido pelo descontrole financeiro, com 20%, cobrança indevida (16%) e empréstimo do nome a terceiros (12%).
Cenário para 2015
Segundo o presidente da Boa Vista SCPC, a taxa de juros e a inadimplência em 2015 devem ser parecidas com 2014.Ou seja, não devem haver mudanças no cenário econômico no próximo ano, independentemente do governo vigente, ressalta Dourado.
G1