O medo de fogos de artifício e outros barulhos é um problema muito comum entre os cães e os gatos. Aproximadamente 40-50% dos tutores relatam sensibilidade ao ruído em seus animais de estimação, e a idade de início é entre um e dois anos. Em contraste, menos de 20% procuram algum tipo de auxílio para ajudar os pets.
Um relatório recente do People ‘s Dispensary for Sick Animals (PDSA) sugere que cerca de 45% dos gatos têm medo de barulhos altos, incluindo fogos de artifício, com o número subindo para 56% se os aspiradores de pó forem incluídos.
O medo de barulhos, também conhecido como “fenofobia” parece se dividir em duas subcategorias com base na intensidade do som.
A primeira subcategoria inclui sons mais intensos como:
- Trovões
- Fogos de artifício
- Tiros
A segunda subcategoria inclui sons menos intensos, como:
- Tráfego de carros e motos
- Sons domésticos (por exemplo, aspirador de pó, cortador de grama, secador de cabelo, liquidificadores etc.)
Para nós, os fogos de artifício são brilhantes, barulhentos e agradáveis de assistir. Para um gato, eles podem ser uma experiência nova (e, portanto, tornar o gato cauteloso), barulhentos e imprevisíveis. Ou seja, podem ser muito assustadores.
É sempre válido lembrar que os felinos possuem a audição, em média, três vezes mais potente que a nossa, sendo capazes de ouvir barulhos que o ouvido humano nunca conseguiria escutar.
Isso gera uma sensibilidade muito grande para eles, e pode justificar os medos, fobias e quadros ansiosos que eles apresentam quando expostos a esses sons.
Gatos com medo podem se assustar, fugir e se perder ou atravessar estradas e se envolver em acidentes. Felinos com medo extremo, já considerado uma fobia, podem desenvolver problemas comportamentais, como xixi e cocô fora da caixa e aumento no comportamento de lambedura.
Outros sinais de estresse por medo de fogos também podem ser observados nessa situação:
- Falta de apetite /vômitos
- Procurar algum lugar para se esconder
- Agressividade (com o tutor ou outros animais da casa)
- Congelamento
- Respiração ofegante (chamamos de hiperventilação, eles fazem isso com a boca aberta)
- Não querer contato social com o tutor
- Ficar com a musculatura tensa, corpo encolhido, rabo entre as pernas
- Vocalizar (geralmente fazendo o sopro, também conhecido como ‘’hiss” e “fu”)
- Salivação excessiva
- Diminuição da interação com os tutores ( não querem brincar por exemplo) etc.
Além disso, alguns sons como tiros e fogos de artifício estão acima de 100 decibéis e podem causar dor aos animais que estão próximos à fonte.
É provável que a dor desempenhe um papel importante, tanto como diagnóstico diferencial quanto como contribuinte para o desenvolvimento e manutenção da fobia.
Os diagnósticos diferenciais incluem:
- Outras fobias e ansiedades
- Ataques de pânico por outras causas
- Distúrbios neurológicos
- Déficits sensoriais
- Distúrbios gastrointestinais
Se você já observa alguns desses sinais no seu gatinho durante os fogos de artifício, procure urgentemente um profissional especializado em comportamento felino, para que ele possa te ajudar nessa situação tão sofrida para eles e para você também.
Afinal, quem aqui gosta de ver o seu bichano sofrendo? Ninguém, né? Eles são o amor da nossa vida, e sempre buscaremos o melhor para o bem-estar deles.