Economia

Com economia fraca, BC muda regra e injeta R$ 30 bilhões no mercado

 
A medida foi anunciada em um momento em que o crescimento da economia patina, prejudicado pela alta da inflação e pelo aumento da taxa básica de juros da economia, de 7,25% para 11% ao ano entre abril de 2013 e maio deste ano, além da baixa confiança das famílias e empresas. E pode contribuir para estimular os empréstimos dos bancos que vêm registrando desaceleração nos últimos anos.De 2009 até agora, os depósitos compulsórios subiram de R$ 194 bilhões para R$ 405 bilhões. Apenas nos últimos 12 meses, esses recursos cresceram R$ 50 bilhões. Como fica "guardado" no BC, esses recursos não podem ser emprestados pelos bancos em operações de crédito e não ajudam, assim, a "girar" a economia.
 
O aumento da taxa básica de juros da economia é um fator que, teoricamente, contribui para aumentar o nível dos compulsórios, pois parte dos recolhimentos é remunerada pela taxa Selic que subiu nos últimos meses. Com a alta dos juros básicos, os bancos também têm uma remuneração mais alta com os compulsórios sem assumir os riscos próprios dos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas.O BC explicou que liberou mais recursos para o mercado, alterando as regras dos compulsórios, considerando  a "recente moderação na concessão do crédito; a inadimplência em patamares relativamente baixos; e o recuo do nível de risco no sistema financeiro nacional".
 
Crédito bancário desacelera nos últimos anos
No fim do mês passado, o BC baixou de 13% para 12% sua previsão de aumento do crédito ofertado pelos bancos em 2014. No ano passado, os empréstimos dos bancos avançaram 14,6%. Em 2010, o crescimento foi de 20,6%, passando para 18,8% de expansão no ano seguinte e para 16,4% em 2012.A desaceleração do crédito tem sido criticada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, nos últimos meses. Recentemente, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o ministro voltou a declarar que há escassez de crédito para o consumo no Brasil. No ano passado, chegou a dizer que a economia brasileira crescia com "duas pernas mancas" – em alusão à falta de crédito e à crise financeira internacional.
 
Mudanças feitas pelo BC
Com as alterações no compulsório feitas pelo BC, a instituição passou a permitir que até 50% do recolhimento compulsório relativo a depósito a prazo, dos bancos, sejam cumpridos com operações de crédito."Assim, pelo prazo de um ano, 50% dos valores recolhidos poderão ser utilizados na contratação de novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas) geradas por instituições elegíveis", informou a autoridade monetária.
 
Além disso, também foi ampliado o "rol" de instituições financeiras elegíveis, de 58 para 134, à condição de vendedoras das operações aceitas para fins de dedução do recolhimento.Instituições financeiras cujo Patrimônio de Referência Nível I, na posição de dezembro de 2013, seja inferior a R$ 3,5 bilhões serão elegíveis, sem restrições.Tabmém foi reduzido, de R$ 6 bilhões para R$ 3 bilhões, o valor do Patrimônio de Referência, Nível I para fins de redução da exigibilidade sobre recursos à vista, ampliando o número de bancos que poderão lançar mão de parte (até 20%) de seus recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos e financiamentos que sejam enquadráveis no PSI Programa de Sustentação do Investimento do BNDES.
 
G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26