O dólar opera em alta mais uma vez nesta quarta-feira (16), reagindo a temores de que o governo possa promover mudanças na política econômica, em meio a expectativas sobre a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para algum ministério. Segundo o Blog do Camarotti, Lula será ministro da Casa Civil.
Às 13h10, a moeda norte-americana subia 0,7%, vendida a R$ 3,7895, após atingir R$ 3,8542 na máxima do dia, segundo a Reuters.
O líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), afrimou em sua conta no Twitter que Lula assumirá a Casa Civil no lugar de Jacques Wagner. O dólar acelerou a alta com a confirmação e atingiu as máximas do dia, para em seguida perder um pouco do fôlego com realização de lucros, destaca a Reuters.
A moeda norte-americana acumulou alta de 4,79% só nas duas sessões anteriores, sendo que havia despencado 10,30% no mês até o fim da semana passada.
Acompanhe a cotação do longo do dia:
Às 9h09, alta de 1,31%, a R$ 3,8125.
Às 9h19, alta de 1,58%, a R$ 3,8226.
Às 9h39, alta de 1,71%, a R$ 3,8275.
Às 9h59, alta de 1,35%, a R$ 3,8139.
Às 10h39, alta de 1,28%, a R$ 3,8113.
Às 11h, alta de 1,24%, a R$ 3,8098.
Às 11h49, alta de 1,76%, a R$ 3,8291.
Às 12h39, alta de 1,74%, a R$ 3,8284.
Às 12h50, alta de 1,32%, a R$ 3,8216
Rumores sobre saída de Tombini
O humor do mercado também está sob influência dos rumores de que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini possa deixar o cargo. Segundo o blog da colunista do G1 Thais Herédia, "a saída de Tombini é uma ameaça, mas é real", de acordo com uma fonte do mercado, próxima à Tombini.
"Seria uma volta à nova matriz econômica", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à Reuters. "Isso é muito ruim para o Brasil."
Essas expectativas de mudanças ganharam força nas últimas sessões conforme cresceram as chances de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assuma um ministério, algo que investidores também acreditam que diminuiria as chances do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Dilma estava reunida nesta manhã com Lula e os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Jaques Wagner. Ainda não foi feito um anúncio oficial.
"O mercado está muito volátil e guiado pelo noticiário. Não descartamos mudanças súbitas de direção (do câmbio) no caso de novos acontecimentos – algo que não é difícil de encontrar no Brasil hoje em dia", escreveram estrategistas do banco BNP Paribas em nota a clientes.
Analistas consultados pela Reuters afirmam que seria infrutífero usar as reservas internacionais para enfrentar a crise econômica no Brasil, como sinalizado pelo governo recentemente. Segundo eles, isso aumentaria o descrédito com o país e teria consequências inflacionárias.
Cenário externo
O cenário local deixou em segundo plano a decisão do Federal Reserve, que será divulgada às 15h (horário de Brasília) e seguida de entrevista da chair, Janet Yellen, meia hora mais tarde. Operadores esperam que o banco central norte-americano mantenha os juros agora, mas querem ver pistas sobre quando pretende voltar a elevá-los.
Eventual aumento de juros nos EUA pode levar à saída de dólares de países considerados menos seguros, como o Brasil.
Estrategistas do banco BNP Paribas sugeriram a clientes que realizem lucro em apostas na fraqueza do real em relação ao peso mexicano, operação que rendeu ganhos expressivos neste mês.
"O mercado está muito volátil e guiado pelo noticiário. Não descartamos mudanças súbitas de direção (do câmbio) no caso de novos acontecimentos — algo que não é difícil de encontrar no Brasil hoje em dia", escreveram eles em nota a clientes.
Atuação do BC
Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em abril, que equivalem a US$ 10,092 bilhões, com oferta de até 9,6 mil contratos.
Véspera
Na véspera, o dólar avançou 3,03%, cotada a R$ 3,763 – a maior alta desde 13 de outubro de 2015 (3,58%). A moeda dos EUA acumula alta de 4,79% só nesta semana, diante do novo cenário político, sendo que havia despencado 10,30% neste mês até o fim da semana passada.
Fonte: G1