Com aumento de 10% em relação ao exercício anterior, o orçamento de Mato Grosso para 2026 projeta uma receita total de R$ 40,7 bilhões, conforme proposta encaminhada pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa. Desse total, R$ 28,67 bilhões correspondem ao orçamento fiscal e R$ 12,13 bilhões à seguridade social. O valor reflete o crescimento da arrecadação estadual e o compromisso do Executivo em manter o equilíbrio das contas públicas, mesmo diante de um cenário econômico nacional de desafios e ajustes fiscais.
Do montante previsto, R$ 4,92 bilhões serão destinados a investimentos diretos, com foco nas áreas de infraestrutura rodoviária, saúde, educação e segurança pública. Segundo o secretário-adjunto do Orçamento Estadual da Secretaria de Fazenda, Ricardo Capistrano, o orçamento foi elaborado de forma prudente, com projeções realistas de receita e despesa. “Trabalhamos com uma previsão segura, dentro de parâmetros fiscais sólidos, para garantir o equilíbrio ao longo do exercício”, afirmou.
Uma das principais novidades do orçamento de 2026 é a reestruturação na área de segurança pública, após a criação da Secretaria de Justiça (Sejus-MT). A nova pasta passou a administrar o sistema penitenciário e as unidades socioeducativas, antes sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT). Com isso, a Sesp terá R$ 4,38 bilhões, enquanto a Sejus contará com R$ 944,9 milhões, totalizando R$ 5,33 bilhões, valor superior ao consolidado em 2025.
Entre os órgãos do Poder Executivo, a maior dotação orçamentária é da Educação, com R$ 5,80 bilhões, seguida pela MTPrev (R$ 5,53 bilhões), Saúde (R$ 4,24 bilhões), Infraestrutura (R$ 3,43 bilhões) e Assistência Social e Cidadania (R$ 384,5 milhões). No total, o Executivo concentrará R$ 34,34 bilhões do orçamento, enquanto os demais Poderes somam cerca de R$ 6,4 bilhões, distribuídos entre o Judiciário, Legislativo, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública.
O projeto orçamentário foi construído com base no Marco de Médio Prazo, instrumento que reforça a sustentabilidade fiscal e amplia a previsibilidade das ações do Estado. As projeções econômicas utilizadas indicam um PIB estadual de R$ 329,3 bilhões, com crescimento real de 3,8%, IPCA de 4,5% e relação dívida/PIB de 15,3%, uma das menores do país. A proposta reforça o compromisso do Governo de Mato Grosso com a responsabilidade fiscal e o planejamento estratégico das finanças públicas.