(Foto: Ahmad Jarrah)
Ocupando o primeiro lugar como maior produtor de soja brasileiro, Mato Grosso não apresentou bons números na safra 2015/2016. A plantação ocupou 9,2 milhões de hectares de onde deveriam ser retiradas 52,6 sacas em média. Porém, foram colhidas 49,79 sacas, representando uma queda significativa de 5% no mercado. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
De 28,3 milhões de toneladas previstas, 27,5 milhões foram colhidas na safra esperada para dezembro de 2015. O saldo negativo causou reflexos na safra 2016/2017, que antes tinha previsão 28,03 milhões e agora é de 27,80 milhões toneladas de grãos colhidos.
Com isso, 9% da produção faltam ser comercializadas em Mato Grosso. A informação, dada ao jornal Circuito Mato Grosso pelo superintendente do Imea, Daniel Latorraca, aponta que 91% da produção já foi comercializada. “A próxima safra 2016/2017, semeada próximo a outubro, já tem 21% comercializado numa produção estimada em 29,4 milhões de toneladas”, informou Latorraca.
Por apenas os 9% estarem disponíveis, a alta do preço da saca no interior do Estado chamou a atenção nesses últimos dias. Em Rondonópolis, na segunda-feira (20) a saca estava sendo vendida a R$ 90,25. Segundo Latorraca, essa alta é devido à disponibilidade do grão. “No mercado interno resta pouca soja para ser comercializada aqui no Estado, quem ainda está comprando soja para esmagar ou exportar está achando dificuldades e isso certamente pressiona os preços”.
Vazio Sanitário vai até 15 de setembro
Desde o dia 15 de junho, começou no Estado o período do Vazio Sanitário da cultura da soja. Nesse tempo fica proibida a presença da planta nas lavouras até o dia 15 de setembro. A proibição é uma medida fitossanitária para prevenção e controle da Ferru
gem Asiática, doença que atinge a lavoura, e a eliminação das plantas é essencial para que a próxima safra não seja comprometida.
O produtor de soja, Rodrigo Pozzobon, aproveita o tempo do vazio para produzir milho e feijão nas propriedades herdadas do pai. Há oito anos ele administra as duas fazendas, uma no município de Sorriso, onde mora, e outra em Vera. “Agora já começo a plantar o milho e o feijão, porém a colheita promete não ficar acima da média esperada, como aconteceu também com a soja”, comentou Pozzobon.
Na safra 2015/2016, 49 sacas de soja foram colhidas da sua propriedade de 3.200 hectares, uma queda de 25% se comparada à colheita de 2014/2015 quando foram colhidas 66 sacas. “A produção caiu esse ano, o preço até ficou aquecido, mas mesmo assim a perda do produtor foi grande. A expectativa é que na próxima safra as coisas melhorem”, explicou. Metade da sua produção já havia sido negociada em 2015 e Rodrigo contou que não possui mais sacas para vender.
Autuação
O produtor que não respeitar o vazio sanitário pode ser autuado ou multado por descumprir a medida. Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), 5.306 propriedades foram visitadas no último ano; dessas, 127 foram autuadas e 440 notificações foram emitidas informando sobre a obrigatoriedade da destruição da planta em caso de germinação involuntária.
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