A colheita da safra de algodão começou em Mato Grosso com a expectativa de produção em torno de 1,8 milhão de toneladas da pluma em todo o estado, crescimento de 35% na comparação com o ano passado.
O preço na última temporada incentivou os produtores a plantar mais algodão neste ciclo, e o agricultor só não vai colher mais por causa da chuva excessiva em maio, que comprometeu o desenvolvimento das lavouras.
Apesar disso, a qualidade do produto não foi prejudicada, garante o presidente da cooperativa Unicotton, Canísio Froelich. O laboratório da entidade, que fica localizado em Primavera do Leste, analisou amostras de 93 fazendas e verificou as características do algodão, como comprimento, resistência, uniformidade e espessura da pluma.
“É surpreendente que a chuva não atrapalhou a qualidade da pluma. O que atrapalhou mais foi a produtividade na lavoura”, afirma Froelich.
O agricultor André Marachin é um exemplo da baixa produtividade. Neste ciclo, ele está colhendo 95 arrobas por hectare, sendo que na última safra a produtividade foi de 105 arrobas por hectare.
Lucro menor
Na fazenda do produtor rural Valmir Aquino, localizada em Campo Verde, o algodão ocupou dois mil hectares, um aumento de 50% da área na comparação com o último ciclo.
Mesmo apostando alto na cultura, Aquino sabe que o lucro não será tão bom como em 2018. Ele vendeu a arroba da pluma a R$ 85, R$ 10 a menos que na temporada passada.
“É uma queda muito expressiva, que praticamente está inviabilizando o nosso custo de produção”, lamenta o produtor.