O Coletivo Negro Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) promove a Sessão Negrada nesta sexta-feira (16), no Shopping Três Américas, para o filme “Pantera Negra”, que chegou aos cinemas ontem (15) em todo o Brasil. A produção é o primeiro longa-metragem do personagem que foi apresentado nos quadrinhos em 1966, mas fez sua primeira grande aparição nos cinemas apenas 50 anos depois através do filme “Capitão América: Guerra Civil”.
Com a recepção positiva pelo público e planos já existentes para o personagem, a produção da Marvel Studios chega com a carga de tentar popularizar um herói pouco conhecido pelas grandes massas, mas que traz uma enorme representatividade ao público negro e faz história por priorizar um elenco de pele de cor escura.
Em algumas cidades brasileiras, sessões estão sendo organizadas para celebrar o filme. Em Brasília, por exemplo, quem cuida do mutirão para ver “Pantera Negra” é a Frente Negra de Ciência Política da UnB (Ubuntu). Aqui em Cuiabá, quem gerencia o encontro é o Coletivo Negro Universitário da UFMT com a Sessão Negrada.
Em entrevista cedida ao Circuito Mato Grosso, Zizelle Ferreira, professora e doutoranda em Educação e integrante do coletivo, conta que a Sessão Negrada é um momento para a comunidade negra mostrar presença. Ela também acredita que é importante este cinema que promove uma produção feita por negros e para negros. “É um personagem importante para o cinema hollywoodiano que até então mostrou mais danos do que, na verdade, ajudou a construir”, revela.
“Pantera Negra” é um filme que subverte tudo aquilo que é conhecido popularmente sobre os negros. O personagem principal é o grande líder de uma nação tecnológica, fora os diversos personagens secundários que também se mostram fortes, presentes e importantes para a sociedade apresentada. “A gente não pode continuar a se odiar. Se ver de formas positivas é importante”, afirma Zizelle. “Você se ver ali naquele papel, se reconhecer, essa representatividade é importante e faz a diferença”, completa Simone Aparecida Ribeiro, também do coletivo.
O coletivo deixa claro que a sessão não é exclusiva para os negros e, inclusive, convida a todos para participar. “O filme não é exclusivo para um público. O grande problema do racismo no Brasil não é do negro e sim da sociedade brasileira (…). É preciso que todos [assistam]”, conta Valdeci da Silva Mendes, outro integrante do coletivo, sobre a importância de outros públicos prestigiarem “Pantera Negra”.
A Sessão Negrada acontece às 19h30 no Shopping Três Américas. O ingresso custa R$ 26 com a opção de pagar meia-entrada. O Coletivo Negro Universitário não tem planos para promover uma nova sessão.
Pantera Negra
O Pantera Negra é o primeiro super-herói negro na história dos quadrinhos durante a década de 60, quando as páginas ainda eram recheadas de personagens de cor clara. Pantera Negra é o alter-ego de T-Challa, rei de Wakanda, país fictício na África e verdadeira potência tecnológica mundial. O personagem fez sua primeira aparição na revista do Quarteto-Fantástico, número 52, em 1966, no ano da fundação do Partido dos Panteras Negras, mas só ganhou uma revista própria em 1973 através da “Jungle Action #5”.
Coletivo Negro Universitário da UFMT
O Coletivo Negro é um movimento social dentro da UFMT, composto por membros de dentro ou fora da universidade. As reuniões acontecem todas as segundas-feiras, às 17h30, no Instituto de Educação na sala 58.