Com clima favorável e aumento de 883.748 hectares na área plantada (2,6% mais que em 2017), o Brasil deve ter safra recorde de soja de 115,6 milhões de toneladas em 2018, aumento de 0,3% em relação ao ano passado. O resultado está na 4ª estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgada nesta quinta-feira (10/05) pelo IBGE, referente a abril.
A região Centro-oeste foi a principal responsável pelo aumento na estimativa da produção nacional (1,0%) em relação ao que era esperado em março (114,5 milhões de toneladas). A região responde por 45,7% (52,7 milhões de toneladas) da safra de soja e teve reajuste de 1,8% (956,5 mil toneladas) na expectativa em abril.
“Houve uma estimativa de aumento no bioma cerrado onde a quantidade de chuva foi muito boa. É lá onde está concentrada a maior parte da produção, como no Mato Grosso do Sul e em Goiás. As maiores reduções foram na região Sul (Paraná e Rio Grande do Sul), que passou por uma seca”, explica o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.
Mesmo com o clima adequado, o aumento na produção deve-se menos ao aumento na produtividade e mais à maior estimativa de área colhida em 2018, 2,6% maior que no ano passado (34,7 milhões de hectares frente a 33,8).
“A soja é a grande vedete da agricultura brasileira, nosso produtor sempre acaba preferindo plantar ela na safra verão. No ano passado, o clima foi muito bom. Nesse ano atrasou um pouco, mas depois que começou as chuvas foram até maiores, principalmente no Cerrado”, explica Barradas. “O rendimento médio em 2018 está previsto para ser 2% menor que no ano passado”, completa.
Em 2018, a atratividade está ainda maior por conta de um cenário internacional favorável. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), a saca de soja estava cotada em R$ 79,60 em abril, 8,1% mais cara do que estava em março.
“É uma safra recorde, e está pegando um preço muito bom por conta da quebra da safra da Argentina e do contexto internacional”, concluiu Barradas.