Economia

Clientes relatam problemas para sacar dinheiro de contas inativas do FGTS

O pedreiro André Carlos não conseguiu sacar porque o caixa eletrônico não tinha cédulas (Foto: Will Soares/G1 )

Muitas pessoas que enfrentaram filas na Caixa Econômica não conseguiram sacar o dinheiro das contas inativas do FGTS. Em todo o país, o G1 recebeu relatos de clientes que tiveram problemas no cadastro e não puderam pegar o dinheiro. Outros dizem que receberam valores abaixo do verificado nas consultas de saldo feitas na internet. Também houve gente que não encontrou notas suficientes no caixa eletrônico para o saque.

A Caixa Econômica informou que até às 11h cerca de 300 mil pessoas tinham sacado o FGTS de 700 mil contas. Não há dados neste momento sobre o volume de atendimentos nas agências.

 

O mensageiro de laboratório Marcelo da Silva explica que chegou à agência de Bairro Novo, em Olinda (PE), por volta das 6h e passou cerca de 30 minutos para ser atendido, a partir do início do expediente da Caixa. Apesar disso, ele não conseguiu fazer o saque por uma inconsistência entre os dados do beneficiário e o cadastrado no sistema do FGTS.

"Não consegui fazer a consulta nem no site, porque sempre me informavam que o número do NIS estava errado. Vou ter que esperar até as 10h para poder voltar ao atendimento regular e mudar o cadastro, com o número correto", disse Marcelo.

Em Macapá, o vendedor Ricardo Filho, de 27 anos, disse que tem quase R$ 500 para sacar, mas não consegue, por causa de problemas com o cartão. “Eu vim para sacar mesmo, só que está dando falha na leitura do cartão nesses dois caixas. Para sacar eu vou ter que ir lá dentro, mas a fila está muito grande, acho que vou voltar só amanhã”, lamentou.

Sem dinheiro no caixa
O pedreiro André Carlos, de 36 anos, conversou com o chefe e conseguiu um intervalo na obra em que trabalha, na região da Paulista, em São Paulo, para sacar o FGTS. No caixa eletrônica da agência, porém, recebeu um papel com a mensagem de erro.

"Patrão autorizou e vim aqui para ver se conseguia pegar alguma coisa, mas não deu", contou. Ele foi orientado a procurar atendimento dentro da agência para saber o motivo do erro, mas a fila o afastou. "Está muito grande e o horário é curto. Senão vou tomar bronca", brincou antes de sair.

Um funcionário da Caixa afirmou que, na maioria dos casos, a mensagem de erro aparece quando o caixa eletrônico já não possui cédulas suficientes para o pagamento.

Valor menor que o esperado
O porteiro Deodato Silva, 27, de Maceió, falou que tinha mais de R$ 700 para receber, mas só conseguiu sacar R$ 130. "Fiz a consulta antes e esperava receber todo o valor, agora terei que ver como fazer porque já me programei para pagar contas com esse dinheiro".

Silva foi orientado por funcionários a procurar a agência em outro dia da semana. "Fizeram uma consulta agora, dentro da agência, e não estão conseguindo ver a conta de uma empresa que trabalhei. Vou ter que voltar e espero que isso seja resolvido", afirmou.

A balconista Grace de Oliveira, de 32 anos, de São Paulo, também conseguiu sacar apenas parte do valor que esperava. "Faltou uma parte. Eu trabalhava em uma empresa em 2005. Na minha carteira, deu baixa, mas no meu aplicativo [do FGTS] estava como conta ativa, só que eu não trabalho mais lá", contou. Ela diz que foi, então, orientada a voltar à agência com cópias da Carteira de Trabalho e do RG para resolver a questão.

Problemas com documentos
Em Brasília, teve gente que não conseguiu sacar os inativos do FGTS porque as empresas contratantes não declararam a data da recisão do contrato. Nestes casos, é preciso levar o termo de recisão até uma agência da Caixa ou solicitar à empresa que informe ao banco a vigência do contrato.

Foi o caso do funcionário público Erlandyson Neves, de 38 anos, que tem R$ 780 no fundo. "Eu me lembro de assinar a recisão, mas não sei se tenho isso guardado", contou. "Pior é que esse foi meu primeiro emprego, em 1997, em uma empresa do Maranhão."

A Caixa recomenda levar identidade, carteira de trabalho e o termo de recisão contratual. "O que mais acontece é ter o valor debitado, mas não a data de saída do trabalho", afirmou um funcionário. "Como é muito mais moroso esperar que a empresa comprove a data do fim do trabalho, a Caixa pede que as pessoas tragam a recisão."

Fonte: G1

Redação

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