Economia

Cenário regional prevê quedas de vendas no Dia dos Pais

A data mais esperada pelos pequenos e seus pais está chegando e com ela o comércio de compras de presentes sempre cresce e apresenta aumento significativo na procura por itens masculinos.

Apesar de não ter o impacto econômico que o Dia das Mães tem, o Dia dos Pais também ocasiona grande influência no comércio, especialmente de em áreas no comércio de roupas, calçados, vestuário, perfumes, cosméticos, eletrônicos e celulares, como aponta o Procon estadual. 

O órgão fiscalizador orienta o consumidor com algumas dicas para evitar contratempos na hora de escolher o presente. 

De acordo com o gerente executivo da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá, Fábio Granja, há sinais de queda para as vendas do Dia dos Pais deste ano, se comparado com 2014, porém o setor vê otimismo nas vendas em relação a julho deste ano. “A tendência será de queda. O ano está sendo totalmente atípico. Acredito que se empatarmos com o mesmo período do ano passado certamente ficaremos bem satisfeitos”, disse.

O presidente da Unishop, entidade formada por lojistas de shoppings centers de Mato Grosso, Júnior Macagnan, reitera o pessimismo da CDL apontando 2015 como um ano de crise e desafios: “A crise está batendo na porta, não há como negar, por isso mesmo temos que trabalhar muito”.

Segundo ele, o setor de shopping deve ser menos afetado, por concentrar extensa variedade de serviços: “Perdemos menos vendas que o comércio de rua por esse motivo”.

O empresário afirmou que o setor representado por ele pretende chegar aos mesmos números de 2014: “Apesar de o Brasil apresentar uma projeção negativa de 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB), Mato Grosso tem projeção de crescer 2%”.

Macagnan aponta artigos como camisa polo e camisetas os mais simples e procurados para o Dia dos Pais. Já o representante da CDL Fábio Granja afirma que, entre os mais procurados aparecem, além de peças do vestuário, calçados, perfumes, cintos, carteiras, celulares e relógios.

Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todas as capitais, aponta que 43,8% dos consumidores pretendem gastar menos com o presente deste ano na comparação com a mesma data do ano passado. Eles apontam essa situação como resultado do avanço da inflação e aumento do desemprego. Oito em cada dez pessoas ouvidas pela sondagem (76,8%) acreditam que os presentes estão mais caros em 2015 do que há um ano. Além disso, a maioria dos consumidores que tem a intenção de presentear, deve comprar apenas um presente (66,4%).

"Com o crédito cada vez mais restrito, a inflação elevada e as altas taxas de juros, o consumidor vê o seu poder de compra diminuir e a principal medida para salvar as finanças acaba sendo o corte de gastos. Exemplo disso, é que em outras datas comemorativas recentes como Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados, o comércio também apresentou um resultado decepcionante, com queda no volume de vendas parceladas", avalia o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

A pesquisa da CNDL aponta ainda que os presentes mais procurados neste ano serão as roupas (53,8%), calçados (23,9%), e acessórios (18,7%) – como cintos, óculos, relógios, meias e gravatas  – seguidos pelo almoço em restaurantes (6,5%), livros (5,8%), smartphones (5,4%), vale-presentes (4%) e artigos esportivos (3,5%). O principal lugar para a compra dos presentes será o shopping center, citado por 55,1% dos entrevistados. As lojas de rua (24,9%) e as lojas virtuais (10,6%) ocupam a segunda a terceira posição no ranking de preferência, respectivamente.

Evitando erros

Com o acúmulo e procura em datas especiais, o consumidor pode acabar tendo prejuízos e problemas. Para evitar esse tipo de situação o Procon elaborou algumas dicas. Confira:

Faça pesquisa de preços: A primeira dica do Procon é evitar a compra por impulso. Decida que presente comprar e pesquise antecipadamente, pois os preços podem variar bastante. Independente do presente escolhido é importante exigir sempre a nota fiscal, pois é ela que comprova a relação de consumo. Guarde panfletos de ofertas dos estabelecimentos comerciais, pois as informações veiculadas em panfletos e cartazes de propagandas devem ser cumpridas pelo fornecedor.

Roupas, calçados e vestuário: Verifique as informações da etiqueta. Nela devem constar dados do fabricante, indicação do tamanho, composição do material e os cuidados com a conservação. Isso é importante, pois a loja só é obrigada a efetuar a troca por problema na qualidade do produto. Caso a possibilidade de troca seja acertada previamente com o fornecedor, o consumidor deve exigir o benefício por escrito, na etiqueta ou em nota fiscal. Ao optar por vale presente, defina previamente com o fornecedor e peça que conste no documento fiscal de que forma serão restituídas eventuais diferenças de valores.

Perfumes e cosméticos: Nacionais ou importados, as embalagens devem conter as informações sobre a mercadoria em língua portuguesa, como instruções de uso, características, registro no órgão competente, prazo de validade, composição, volume/quantidade, condições de armazenamento e identificação sobre o fabricante/importador, entre outros.

Eletroeletrônicos e celulares: Solicite o teste do aparelho e a demonstração de funcionamento. O produto precisa vir acompanhado de manual de instruções em língua portuguesa e relação da rede autorizada de assistência técnica. Com relação aos celulares, o Procon aconselha que a aquisição seja realizada em lojas autorizadas e que o aparelho esteja com a caixa original lacrada. Outra dica importante é ler atentamente o contrato ao contratar serviços de operadoras de telefonia e avaliar as necessidades do presenteado antes de adquirir planos e pacotes.

Compras pela internet: Redobre a atenção e verifique sempre a idoneidade da loja. O Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), endereço físico e canais de troca e atendimento devem estar visíveis no site. Também é necessário verificar se há cobrança de frete, existência de outras taxas e o prazo de entrega. Ao efetuar a compra, imprima ou salve em seu computador a página do site com os dados. É possível desistir da aquisição em até sete dias após a assinatura do contrato ou recebimento da mercadoria. O cancelamento deve ser solicitado por escrito. No ato da entrega, só assine o comprovante de recebimento do produto após examinar o estado da mercadoria. Havendo irregularidades, estas devem ser relacionadas no próprio documento, justificando assim o não recebimento.

Josiane Dalmagro

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