A Defesa Civil notificou 54 moradores do Condomínio Terra Nova, que fica no Bairro 23 de Setembro, em Várzea Grande, sobre risco de desabamento dos imóveis a qualquer momento. Com isso, as famílias precisam deixas suas casas imediatamente. Boa parte delas comprou o imóvel financiado e ainda está pagando.
A notícia de que terão que deixar os imóveis abalou a todos. A maioria não tem ou não encontrou um lugar para ficar. O prazo estabelecido para desocupação é de 48 horas. De acordo a moradora do local, Milene Nunes, o condomínio possui cerca de 600 casas, sendo que 54 delas foram construídas de forma irregular.
Muitas estão com rachaduras no teto, paredes e piso, desnível no solo e até água estaria infiltrando por conta de uma nascente que fica embaixo do prédio. "Tanto o condomínio quanto os moradores estão tendo que entrar com processo para que a construtora Rodobens arque com os prejuízos e conserte o problema que custa mais de R$ 1 milhão. Pois será necessária a construção de um muro de arrimo", explicou. Há casos de frestas entre uma parede e outra que chega a aproximadamente 10 centímetros.
Depois do comunicado da Defesa Civil, muitos moradores ficaram desesperados. "Caso tenhamos que nos mudar, teremos que pagar um aluguel de aproximadamente R$ 1,4 mil a R$ 1,8 mil, que é o preço de uma casa compatível as nossas, além da parcela da casa, no caso de quem paga financiamento". Os valores pagos pelos moradores variam entre R$ 240 mil e R$ 350 mil. Além disso, muitos precisaram gastar com reformas.
Conforme a notificação enviada ao condomínio, as casas estão localizadas em um terreno deteriorado, o que está causando rachaduras, com risco de desabamento a qualquer momento. As casas ficam nas quadras P e Q, próximas ao muro de arrimo.
"A situação desse muro está preocupante, porque aparentemente o muro está cedendo e isso pode causar um acidente. Se houver algum acidente com esse muro a terra deve puxar todas essas residências", afirmou a coordenadora de Defesa Civil, Cristiane Prado.
A Defesa Civil já havia feito uma vistoria no condomínio em agosto deste ano e concluiu que os imóveis apresentavam rachaduras e fissuras. Na ocasião, foram verificadas marcas de vazamentos de água, causando preocupação, pois pode estar havendo excesso de pressão no local com acúmulo de água e não foi identificado nenhum dreno para estes casos.
Por meio de nota, a assessoria informou que o empreendimento Terra Nova Várzea Grande foi projetado e construído de acordo com todos os parâmetros indicados pelos órgãos competentes. Formado originalmente por 618 casas, o residencial foi entregue em 2009, em perfeitas condições de funcionamento. A incorporadora esclareceu que, após informada pelo condomínio sobre uma notificação da Defesa Civil realizou vistoria no empreendimento para apurar as possíveis causas dos danos.
Além disso, contratou uma empresa especializada para fazer a documentação fotográfica dos imóveis. O Ministério Público instaurou inquérito para investigar o caso e uma perícia judicial deve ser feita no terreno onde ficam as casas afetadas para determinar o que causou as rachaduras, desnível no solo e o que precisa ser feito para resolver o problema.