A vitória foi anunciada no fim da noite de domingo (início da madrugada de segunda em Brasília). Segundo a Comissão Nacional Eleitoral, Maduro obteve 50,75%, contra 48,98% de Capriles, com 99,2% dos votos apurados. A diferença, de pouco mais de 200 mil votos, levou aos opositores a pedir uma nova apuração.
A pequena diferença nos resultados, de 1,77 ponto percentual entre Maduro e Capriles, exige a auditoria de 100% dos votos –o que é possível, já que, diferentemente do Brasil, para cada voto eletrônico há um comprovante em papel.
Em sua conta no microblog Twitter, o adversário de Maduro exigiu a recontagem por conta de irregularidades que, segundo Capriles, foram cometidas pelo chavista. "O povo venezuelano tem direito de auditar as eleições e conhecer a verdade. Até que não se conte cada voto, auditoria de tudo, há um presidente ilegítimo".
Com a recontagem, o presidente só poderia ser proclamado após o fim do processo. No entanto, o governo venezuelano convocou para as 14h desta segunda (15h30 de Brasília) um ato de posse para Nicolás Maduro, mesmo com a controvérsia do resultado.
"O povo uma vez mais ratifica o seu compromisso democrático e celebra junto a seu presidente eleito essa nova vitória da paz e da justiça", diz o vídeo exibido desde o começo da manhã de ontem no canal estatal VTV.
A proposta de recontagem foi feita por Vicente Díaz, o único dos cinco integrante da cúpula do CNE próximo da oposição, e foi aceita na sequência por Maduro, em seu discurso da vitória. Capriles queria que nenhum resultado fosse divulgado até o fim da auditoria, mas Maduro rejeitou a possibilidade.
Nesta segunda, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, defendeu a recontagem dos votos e colocou à disposição uma equipe de especialistas eleitorais para ajudar no processo. Ele também pediu diálogo nacional no país por causa da divisão e polarização política para acalmar os ânimos entre os dois lados políticos.
Fonte: Folha de São Paulo