As capitais brasileiras têm as maiores taxas de emprego formal do país e, ainda assim, abrigam um de cada cinco trabalhadores sem carteira assinada ou qualquer outro tipo de garantia trabalhista. O dado é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulga nesta sexta-feira (28) um sistema com indicadores de trabalho decente de 5.565 municípios do Brasil.Nas regiões Norte e Nordeste estavam as capitais com taxas de emprego formal mais baixas em 2010, ano de referência da estatística Macapá tinha 53,6% e Belém, 54,5%, os piores resultados. Vitória e Florianópolis apresentavam as taxas mais altas de trabalho formal, com 76,8% e 75,7%, respectivamente.
O mesmo levantamento mostra que em 3.304 municípios mais da metade da população ainda trabalhava na informalidade. A região Nordeste concentra metade dessas cidades, algumas delas na Bahia, no Piauí, na Paraíba e no Maranhão.Segundo a OIT, em apenas 24 municípios estão 6,8 milhões de trabalhadores informais do total de 33,2 milhões em todo o país. A organização afirma que um esforço concentrado nessas cidades reduziria de forma considerável a informalidade no mercado de trabalho brasileiro. Entre esses municípios estão grandes centros urbanos e capitais.
Outro dado, que analisa o índice de Gini do rendimento do trabalho, evidencia a desigualdade entre os trabalhadores na maioria das cidades brasileiras, afirma a OIT. O índice avalia a concentração dos rendimentos variando de zero (perfeita igualdade) até 1 (concentração absoluta ou desigualdade máxima).Em 3.972 cidades, o índice era igual ou superior a 0,400, o que caracteriza alta ou muito altaconcentração dos rendimentos do trabalho a maioria delas nas regiões Norte e Nordeste.
Na outra ponta estão mais de 45% dos municípios da Região Sudeste, onde o índice estava abaixo de 0,400, o que significa baixa concentração dos rendimentos. A maior quantidade de municípios com pouca concentração estão em Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais.O Sistema de Indicadores Municipais de Trabalho Decente foi desenvolvido pelo escritório da OIT no Brasil junto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram usadas informações do Censo 2010 e de outras fontes do IBGE, dos ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.Além de dados do Sistema Estatístico Nacional.
G1