Economia

Caderneta de poupança sofre alterações e passa a render menos

A caderneta de poupança passará a render menos a partir desta quinta-feira (7). A norma vale apenas depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.

Isso acontecerá porque o Comitê de Política Monetária (Copom)do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica da economia, a Selic, de 9,25% para 8,25% ao ano, acionando o chamado "gatilho" que reduz o rendimento da mais tradicional modalidade de investimentos do país.

Regra em vigor desde maio de 2012 prevê um corte nos rendimentos da poupança quando a taxa Selic cai abaixo de 8,5%. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC.

Com os juros em 8,25% ao ano, a remuneração da poupança passa a ser de 70% desse valor a partir deste 7 de setembro, o equivalente a 5,77%, mais Taxa Referencial.

Desde 1991, a poupança rende ao menos 0,5% ao mês (6,17% ao ano), mais a Taxa Referencial, com exceção de um período entre maio de 2012 e julho de 2013, quando os juros básicos da economia também ficaram abaixo de 8,5% ao ano.

No fim do ano passado, dado mais recente, o país tinha mais de 148 milhões de contas poupança ativas, que concentravam R$ 658 bilhões. Em agosto deste ano, o valor já havia subido para R$ 687 bilhões.

Atratividade da poupança

Na avaliação do diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, mesmo com correção mais baixa, a poupança continuaria atrativa, especialmente quando comparada aos fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano.

"Se não tivesse mexido na regra da poupança, você ia ver a poupança ganhando [dos fundos de renda fixa] em todas as situações e o governo teria dificuldade de financiar a dívida pública. Essa mudança reduz a rentabilidade da poupança, mas ela ainda se destaca", declarou.

Independente do rendimento da poupança, especialistas avaliam que a aplicação ainda pode ser uma boa opção em alguns casos, como pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências.

Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.

Redação

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