De Nossa, em São Paulo
Cheirar cada poste, árvore ou pedaço de grama durante os passeios é um comportamento do cachorro que revela muito mais do que simples curiosidade. Para os cães, esta é uma forma de ‘ler’ o mundo no seu entorno.
Diferente dos humanos, que se orientam principalmente pela visão, os cães vivem por meio do olfato. Segundo dados da American Kennel Club, o nariz de um cão possui cerca de 300 milhões de receptores olfativos, contra apenas 6 milhões nos seres humanos. Além disso, a parte do cérebro dedicada à análise de cheiros é proporcionalmente 40 vezes maior do que a nossa.
Estima-se que o olfato dos cães seja de 10 mil a 100 mil vezes mais sensível que o nosso. Por isso, cada caminhada é uma espécie de ‘expedição sensorial’ para coleta de informações sobre outros animais, humanos e até mesmo mudanças sutis no ambiente.
Ruas são ‘jornal canino’
A analogia é bem conhecida entre adestradores e veterinários: quando os cães cheiram a rua, estão “lendo notícias”. Cada odor traz pistas sobre quem passou por ali, como estava emocionalmente, seu sexo, se está doente ou disponível para acasalamento. Feromônios, partículas orgânicas e secreções naturais viram fontes de uma ‘base de dados’.
Esse tipo de comportamento é importante para o bem-estar emocional do animal. Impedir que o cão explore esses cheiros pode causar frustração, aumentar os níveis de estresse e até contribuir para problemas comportamentais — como latidos excessivos ou destruição dentro de casa.

Imagem: Canva
Por que eles preferem cheirar o chão, árvores e postes?
Locais como árvores, postes e gramados concentram a maior parte dos “recados” deixados por outros cães. Eles funcionam como pontos estratégicos de marcação territorial, onde os cães urinam ou esfregam o corpo para deixar seus próprios sinais químicos.
Foto Capa: Ben McCanna/Portland Portland Press Herald via Getty Images
Fonte: https://www.uol.com.br