No semestre, a demanda por crédito nas instituições financeiras recuou de 3,4% para 4,3%. Nessa mesma base de comparação, o setor não-financeiro mostrou baixa de 0,8 ponto percentual em junho, para -1,3%."A desaceleração da demanda por crédito segue em linha com o cenário de incerteza que ainda permeia a economia brasileira. Além de uma maior cautela do consumidor, pelo lado da oferta, a política monetária restritiva enfrentada nos últimos meses também vem contribuindo para que a busca por crédito seja menor", diz a Boa Vista SCPC, em nota.
Para os próximos meses poderemos, a pesquisa indica que deverá haver "uma leve reversão deste cenário, dada novas medidas macroprudenciais vigentes desde o final de junho e que tendem a suavizar este aperto monetário e consequentemente criar maiores estímulos à demanda".
Governo libera mais crédito
Com o ritmo lento da economia do país, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira (25) medidas que aumentam a capacidade dos bancos de oferecer empréstimos para pessoas e empresas. A intenção é estimular o crescimento com maior oferta de crédito.Uma das ações altera regras dos depósitos compulsórios das instituições financeiras, reduzindo valores que elas têm de manter no próprio BC. Assim, mais de R$ 30 bilhões devem ser liberados para empréstimos às famílias e empresas.
Outra mudança está nos critérios para a reserva que os bancos devem ter caso tomem calote de quem recebeu os empréstimos. Com menor "estoque" de segurança, chamado de requerimento mínimo de capital para risco de crédito das operações de varejo, o BC informou que há um "potencial reflexo na economia" de mais R$ 15 bilhões em recursos.Ao todo, portanto, as duas medidas anunciadas nesta sexta-feira têm impacto de R$ 45 bilhões que poderão ser utilizados no aumento do crédito para as famílias e empresas.
G1