A apreensão de R$ 51 milhões colocou na mira dos investigadores o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. A PF encontrou ao menos dois elementos que ligariam o dinheiro ao deputado.
Uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, "pessoa detentora de vínculos empregatícios com o Lúcio Vieira Lima", foi achada no local. Segundo a polícia, Marinalva trabalha como doméstica na casa do deputado.
Outro elemento, de acordo com informações prestadas pela PF à Justiça Federal,é que o dono do apartamento, o empresário Silvio Silveira, disse em depoimento que fez o empréstimo do imóvel para Lúcio, com quem tinha amizade, e não para Geddel, que, segundo ele, não tem proximidade. A administradora do condomínio, Patrícia do Santos, confirmou que o deputado era conhecido de Silveira.
Por ter mandato na Câmara dos Deputados, a PF precisa de autorização do STF (Supremo Tribunal Federal) para dar início a uma investigação, o que deve ser solicitado em breve.
A reportagem não conseguiu contato com o deputado. Em nota, o advogado Gamil Föppel, que defende os irmãos, disse que se manifestará após ter acesso aos autos.
"Pesa dizer que o direito de defesa e, especialmente, as prerrogativas da advocacia, conferidas por lei, sejam tão reiteradamente desrespeitadas, impedindo-se o acesso a elementos de prova, já documentados nos autos.", disse.