Variedades

Bruno Gagliasso volta ao ar em ‘Joia rara’ depois de dois anos fora das novelas

 
— Quando fiz 30 não pegou nada, mas agora, aos 31, parei para pensar. Comecei a enxergar o grisalho da barba e do cabelo com outros olhos. Estou cheio de cabelo branco! Olha aqui! — aponta o ator, usando atualmente um topete no estilo rockabilly.
 
Os fios grisalhos só demonstram que o tempo passa. Mas não parecem ser problema para Bruno, que ainda aparenta ter 20 e poucos anos. Hoje, as questões que povoam a cabeça do ator vão além do aspecto físico. Acostumado a emendar trabalhos na TV, ele pediu um tempo e ficou quase dois anos fora das novelas.
 
Volta agora em “Joia rara”, onde trabalha com a mesma bem-sucedida equipe de “Cordel encantado” (2011). A trama que estreia amanhã na Globo, às 18h, tem a assinatura das autoras Duca Rachid e Thelma Guedes, da diretora-geral Amora Mautner, e do diretor de núcleo Ricardo Waddington. Em sua 11ª novela, Bruno encara um tipo pouco feito por ele: o mocinho. Também fará pela primeira vez um protagonista. Mas explica:
 
— Ser bom não é ser bobo. Há uma diferença entre ser o mocinho bom e ser bonzinho.
 
Ele revela ter aceitado fazer um mocinho para trabalhar novamente com os criadores de “Cordel”.
 
— Quem me convida sabe que gosto de personagens de composição. Eu me permiti fazer o mocinho com uma diretora em quem confio 100%. E com as autoras que me proporcionaram o melhor papel da minha vida, o Timotinho (o vilão Timóteo, de “Cordel”) — diz, sempre mexendo as mãos.
 
Bruno é do tipo que fala do trabalho de forma entusiasmada. Desta vez, seu personagem não é de composição. Mas para entrar em cena, ele veste o figurino de época de Franz Hauser, um herdeiro que abre mão de sua fortuna ao se apaixonar por uma operária, em plena década de 1930. O novo papel exige que ele esconda suas oito tatuagens. Uma das mais aparentes é a caveira do antebraço direito, a última que fez, há pouco mais de dois anos.
 
De lá para cá, ele não ganhou novos desenhos no corpo. Mas manteve os 68 quilos exibidos na época de “Cordel”. Bruno já chegou a pesar 88 quilos quando fez o italiano Berilo em “Passione” (2010).
 
— Uma coisa de que eu gosto é comer — admite.
 
O ator passou por uma reeducação alimentar, mas não abriu mão de provar a comida dos muitos lugares para onde viajou ultimamente. Ele esteve em Fernando de Noronha, Paris, Lisboa, San Barth e Nova York. E gravou cenas da nova novela no Chile e no Nepal.
 
Nos momentos em que está em casa, ouve de Caetano a Nirvana. Gosta de escrever textos sobre diversos assuntos — como o publicado aqui ao lado. Ele se interessa por arquitetura e está aprendendo a cozinhar. Prepara receitas como hambúrguer com foie gras. No Instagram, posta fotos de comida e de viagens. Tem duas contas na rede social de compartilhamento de fotos — uma aberta e outra fechada. No Twitter, é seguido por mais de dois milhões e meio de pessoas. Mas confessa não ser lá muito tecnológico.
 
— Sofro um pouco. Faço tudo pelo telefone e nem tenho computador. Em casa, quando preciso, uso o da minha mulher (a atriz Giovanna Ewbank, também no elenco de “Joia rara”). Mas não é fácil para mim comprar uma passagem aérea on-line. Sou péssimo.
 
O tempo fora da TV serviu para Bruno “se reciclar, viajar e fazer cinema”. Ele rodou o curta “DES” e os longas “Mato sem cachorro” e “Isolados”.
 
— Essa parada foi essencial. Quando você é jovem, quer abraçar o mundo. Sou questionador e precisava de tempo para pensar minhas escolhas — explica ele, que começou a fazer análise há um ano: — É um bom lugar para trocar ideias.
 
A volta de Bruno às novelas coincide com a estreia de um dos filmes que ele rodou durante o período fora da TV. O ator é o protagonista da comédia romântica “Mato sem cachorro”, de Pedro Amorim, e contracena com Leandra Leal, Danilo Gentili, e um cão da raça Border Collie. A fita chega aos cinemas no dia 4 de outubro. Dirigido por Tomas Portella, o suspense “Isolados” também tem estreia prevista para este ano. Mais uma vez cabe a Bruno o papel central no longa que traz ainda José Wilker e Regiane Alves como protagonistas.
 
— Além de viajar, aproveitei esse tempo fora da TV para aprender. Nunca tinha feito cinema. Neste período eu também abri uma produtora de audiovisual. Uau! Fiz foi coisa! — enumera o ator.
 
Depois de interpretar uma sequência de personagens marcantes como o homossexual Junior, de “América” (2005), o playboy Ivan, de “Paraíso tropical” (2007), o esquizofrênico Tarso, de “Caminho das Índias” (2009), e o próprio Timóteo, de “Cordel”, Bruno atingiu outro status na televisão.
 
— É uma conquista que se dá aos poucos. Sei que é muito difícil ter isso na televisão. Teve um direcionamento da minha parte, mas também um pouco de sorte — observa.
 
O maior temor de Bruno na profissão é se acomodar.
 
— Tudo o que faço é ligado à arte. Eu também penso em dirigir um dia — avisa.
 
Atualmente, o ator está voltado para o novo papel. Filho do inflexível empresário Ernest (José de Abreu), o Franz de “Joia rara” começa a redimensionar seus valores depois de sofrer um grave acidente numa escalada nos Himalaias. Ao ser salvo por um grupo de monges budistas, ele acaba acolhido num mosteiro e inicia uma amizade com o líder espiritual Ananda (Nelson Xavier).
 
Ao chegar no Brasil, o herdeiro abre mão da fortuna do pai para se casar com a operária Amélia (Bianca Bin).
 
— Franz é o filho do capitalismo que se apaixona pela filha do comunismo. Fazer esse trabalho num momento em que os jovens do Brasil estão indo às ruas para questionar é importante. Todos os personagens que fiz levantaram discussão. Gosto disso — diz Bruno.
 
Logo no início da trama, o casal terá uma filha, Pérola (vivida pela atriz Mel Maia depois de uma passagem de 10 anos na novela). A criança é apontada como a reencarnação de Ananda, que morre no mesmo ano do nascimento da menina.
 
Uma das autoras de “Joia rara”, Thelma Guedes conta que Bruno foi um dos primeiros atores escolhidos para a novela e crê que ele é perfeito para o papel. Ela avalia que Franz é um protagonista incomum.
 
— O personagem não é um mocinho convencional, certinho. Não é o príncipe encantado nem o super-homem. É cheio de conflitos, contradições, criado por um pai muito duro e autoritário, mas que sofre para romper com este pai e encontrar sua própria identidade. Precisávamos de um ator que pudesse passear por todas essas gamas de emoção e por quem o público tivesse uma simpatia prévia, para entender os dilemas dele — explica Thelma
 
 
Globo
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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