O Banco Mundial divulgou nesta quarta-feira (11) previsão de que a economia da América Latina crescerá 1,2% neste ano, após registrar uma retração de 1,3% em 2016, e que avançará 2,3% no próximo ano, graças às recuperações de Argentina e Brasil.
Mas os economistas da instituição também alertaram que os elaboradores de políticas públicas terão que prestar atenção em formas de ampliar esse crescimento ao mesmo tempo que garantam a proteção para os mais vulneráveis na região.
Os números fazem parte do relatório de previsões de situação econômica que o Banco Mundial divulga a cada seis meses. No documento "Entre a cruz e a espada: a encruzilhada da política monetária da América Latina e do Caribe", a instituição anunciou o retorno do crescimento à região, após seis anos de desaceleração.
O Banco Mundial espera que a Argentina cresça 2,7% neste ano e 3% em 2018. Já para o Brasil, as previsões são de uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% em 2017 e 2,3% no ano que vem.
Na terça-feira (10), o Fundo Monetário Internacional (FMI) também divulgou expectativa de crescimento de 0,7% para a economia brasileira em 2017, número que bate com as estimativas do mercado financeiro, publicadas no boletim Focus desta semana.
Para 2018, as previsões do fundo são mais modestas, de avanço de 1,5%.
Riqueza própria
O economista-chefe do Banco Mundial, Carlos Végh, explicou que em um papel determinante por parte de fatores externos de crescimento, como altos preços das matérias-primas, a região terá que depender se suas próprias fontes para gerar riquezas.
Mas a instituição afirmou que alguns países da região não poderão utilizar políticas de redução das taxas de juros para estimular a economia. O relatório aconselha, portanto, a existência de um alto grau de independência dos bancos centrais, baixos níveis de dolarização e credibilidade dos mercados.
O economista-chefe do Banco Mundial citou como exemplo o Chile, que pode adotar medidas monetárias anticíclicas sem o "temor de piorar as coisas para os mais vulneráveis".
Végh também alertou que serão essenciais as reformas nos mercados de trabalho e na educação, além dos investimentos em infraestrutura, assim como abordar a situação fiscal.
"É certo que os países da região ainda precisam fazer ajustes fiscais para se adaptar à nova realidade após a bonança das matérias-primas. Muitos países terão que fazer isso de forma gradual, e assim evitar uma nova recessão", completou.