O Brasil abriu 249.388 vagas formais de trabalho em agosto, surpreendendo positivamente pelo segundo mês consecutivo sob o amparo do programa do governo que concede um benefício a trabalhadores que tiveram contrato de trabalho suspenso ou jornada reduzida.
O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia, veio bem acima da criação líquida de 122.447 postos projetada por analistas em pesquisa Reuters.
Este também foi o melhor agosto para o país desde 2010, quando foram criadas 299.415 vagas.
Desta vez, o Caged contou com dados positivos nos cinco setores pesquisados, incluindo o de serviços, que, mais atingido pela crise do coronavírus, seguia no vermelho até então.
A dianteira ficou com a indústria, com abertura de 92.893 postos em agosto. Em seguida aparecem os setores da construção (+50.489), comércio (+49.408), serviços (+45.412) e agropecuária (+11.213).
Em julho, o Caged já havia interrompido quatro meses de dados negativos com a ajuda de bons números na indústria e na construção, mas com perdas no setor de serviços.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano, foram fechadas 849.387 vagas, num reflexo dos impactos sobre a atividade com a pandemia de Covid-19. No mesmo período de 2019, 593.467 vagas haviam sido abertas.
Mais uma vez, o ministério atribuiu o desempenho positivo do mês ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que permite redução temporária de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho, com o pagamento de compensação parcial pelo governo aos trabalhadores. Esse benefício, batizado de BEM, corresponde a uma parte do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito em caso de demissão. Hoje, o seguro desemprego varia de um salário mínimo (1.045 reais) a 1.813,03 reais.
Até 18 de setembro, o BEM permitiu 18,4 milhões de acordos entre empregados e empregadores no Brasil, ao custo de 25,5 milhões de reais. O orçamento total do programa é de 51,6 bilhões de reais.