Bandeirolas, danças, barracas com bebidas e comidas típicas são itens que não podem faltar em uma boa festa junina. Para muitos participantes, porém, o cenário só fica completo se o céu estiver tomado pelo brilho dos fogos de artifício.
O espetáculo encanta e também oferece riscos. Todos os anos, a falta de cuidado com o manuseio destes produtos acaba mais cedo com a festa de muita gente. Para evitar os acidentes, alguns cuidados são necessários.
O aspirante a oficial do Corpo de Bombeiros, Wellinton Correia Mello, diz que a primeira recomendação é comprar fogos apenas em lojas vistoriadas pela corporação –o alvará deve estar fixado em local visível.
Outra dica é para que o lançamento dos foguetes seja feito apenas em lugares espaçosos, com circulação de ar e também descobertos, para não bloquear a trajetória da carga. “Não se deve acender os fogos próximo ao rosto, apontar o produto em direção a outra pessoa e nem colocar o produto em garrafas ou tijolos”, explica o militar.
O bombeiro lembra que outro erro comum é tentar reacender o foguete depois do produto ter falhado. “Essa é a maior causa de ocorrências”.
O consumo de bebida alcoólica também é um fator que leva a acidentes. “Fogos de artifício e bebida alcoólica são produtos que não combinam”.
No caso de acidente, Correia orienta que a vítima lave a parte atingida com água corrente e, em caso de hemorragia, estanque o local atingido e eleve o ferimento.
“Nunca passe nenhum produto no local atingido e procure um atendimento especializado ou ligue para o Corpo de Bombeiros [pelo telefone 193]”.
Cidade dos fogos
Natural de Minas Gerais, o comerciante Elvis Willian Barros, atua há 13 anos no comércio de fogos de artifício em Cuiabá. “Sou da cidade do foguete, Santo Antônio do Monte, a capital nacional dos fogos. É a segunda maior produtora de fogos do mundo. Só perde para a China”, conta, orgulhoso.
Junho é um dos meses de maior faturamento, conta ele. “Festas juninas, períodos eleitorais e, principalmente, reveillon, são os principais eventos do ano para o setor. Estamos com expectativa de vender muito”.
De acordo com o comerciante, o foguete de 13 tiros é o “campeão de venda” no período de festas juninas. “São 12 tiros pequenos e um forte no final. É o mais tradicional nas festas de santo”.
Mas, antes de qualquer venda, Elvis orienta seus clientes sobre os cuidados com produto e como evitar acidentes. “Pedimos para jamais soltar o foguete na mão e que seguir as orientações do fabricante que estão na caixa”.
O comerciante explica que os foguetes são subdivididos em classes (A,B,C e D), de acordo com a quantidade de pólvora em cada produto. A classificação serve para indicar quem pode manusear o artefato.
O tipo D, por exemplo, é permitido somente a maiores de 18 anos. “Até mesmo no caso de produtos destinados às crianças, exigimos a presença de um adulto para orientar sobre o uso correto do produto. Os estalinhos são os únicos produtos que vendemos sem restrições”, diz.
O comerciante ressalta que algumas marcas inovaram e produziram uma base de lançamento para oferecer mais segurança para a pessoa. “A maioria das pessoas gostam de soltar os foguetes na mão. Isso é possível, mas é preciso sempre respeitar as regras de segurança. As pessoas não devem fazer da alegria dos fogos uma tragédia e estragar a festa”.