O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), chegou nesta segunda-feira (12) em Bangkok, na Tailândia, em continuidade à missão de ampliação do agronegócio brasileiro no mercado mundial. De acordo com o Ministério de Agricultura, a visita já gerou US$ 50 milhões em negócios com carnes, café, grãos e madeira. Blairo está em viagem com outros 19 ministros de agricultura de países diferetens (eles formam o G20 da agricultura), desde o início de junho. Em seguida, irão a Myanmar, Malásia, Vietnã e Índia.
Além de abrir caminho para a uma série de outras oportunidades para o Brasil, como a atração de investimentos em produção na agroindústria e nas áreas de infraestrutura e logística, Maggi mostrou aos empresários e dirigentes chineses e coreanos os números da Embrapa sobre a sustentabilidade da agricultura brasileira.
De acordo com Blairo, o Brasil tem a agricultura mais sustentável do mundo. “Somos o segundo maior produtor de alimentos com 61% do nosso território preservado, 8% destinado à agricultura e 19,7% para a pecuária", disse o ministro para os mais de 200 empresários chineses em Changqing, última cidade chinesa visitada pelo ministro.
Ele manteve conversas com dirigentes chineses em Xangai, Guangzhou e Chongqing. Nas três oportunidades pediu mais facilidade para as empresas brasileiras exportarem, principalmente alimentos. Com os governos de Guangzhou e Chongquing, Blairo iniciou as negociações para a formação de grupos de trabalhos com técnicos chineses e brasileiros com objetivo de aumentar a parceria comercial.
Na Coréia, o ministro avançou nas negociações para a liberação da carne suína de Santa Catarina, com potencial para render US$ 100 milhões por ano em exportações para o Brasil.
Do vice-governador de Chongquing, Liu Qiang, o ministro recebeu proposta de instalação de um consulado brasileiro na cidade, considerada estratégica para realização de negócios. Ele prometeu a Qiang levar o pleito ao ministro das Relações Exteriores, José Serra. Localizada no Oeste da China, Chongqing é uma cidade servida por um sofisticado sistema de transportes formado por hidrovias, rodovias, aeroportos e ferrovias.
A principal ferrovia de Chongqing chega à Alemanha passando pela Rússia, Bielorússia e Polônia. Ali vivem 33 milhões de habitantes, seu PIB em 2015 chegou a US$ 1,5 trilhão e foi a primeira cidade chinesa a manter relações comerciais com o Brasil. Apenas seis empresas de Chongqing já investiram US$ 600 milhões em projetos no Brasil.
"Esta viagem é como a agricultura. Estamos preparando o terreno para plantar e colher. Uma das lições que estamos tirando desta experiência é que é preciso vir aqui, conversar, fazer o contato direto tentar entender melhor os chineses para que possamos vender cada vez mais e melhor", explicou o ministro, que no ano que vem deverá voltar à China com o presidente Michel Temer para uma visita de estado.
Os chineses têm demonstrado grande interesse pelo intercâmbio acadêmico, pesquisa científica e investimentos nos setores de energia, infraestrutura, agricultura e pecuária. Eles também querem comprar mais lácteos e mais vinhos do Brasil. Muitos brasileiros já investem na China, como a Mafrig, que possui unidades no Sul, Centro e Norte do país e é o principal fornecedor de redes de fast foods como MacDonalds e Burguer King. Blairo visitou uma unidade da Marfrig em Shenzen, com 3 mil empregados e que processa carnes de aves, bovinos e suínos para redes de fast food.
Com Assessoria