O bitcoin caiu nesta terça-feira (16) para seu menor valor em quatro semanas, abaixo dos US$ 12 mil, seguindo a tendência de outras criptomoedas, que depois de alcançar níveis recordes no final de 2017, perderam seu valor pelo temor de uma regulação do setor.
O recuo do bitcoin, que chegou a 18%, desencadeou um enorme movimento de venda no mercado mais abrangente de criptomoedas, com a principal concorrente Ethereum recuando 23% no dia, de acordo com o site Coinmarketcap, e a Ripple, perdendo 33%.
Pouco antes do Natal, o bitcoin se aproximou dos US$ 20 mil. Com a nova queda, o bitcoin acumula recuo de mais de 40% ante o nível recorde de alta alcançado em meados de dezembro.
Temores de repressão
O bitcoin tem sofrido uma série de reveses no início de 2018.
O governo da Coreia do Sul havia informado que planeja proibir o comércio de criptomoedas, o que levou o preço do bitcoin a despencar e gerou protestos de investidores sul-coreanos.
O site de notícias sul-coreano Yonhap informou que o ministro das Finanças, Kim Dong-yeon, disse a uma estação de rádio local que o governo vai chegar a um conjunto de medidas para conter o investimento "irracional" na moeda digital.
"São principalmente as questões regulatórias que estão assombrando a criptomoeda, com as notícias sobre a nova repressão da Coreia do Sul direcionando o mercado no hoje", disse à Reuters o estrategista-chefe da Think Markets, Naeem Aslam, que detém o que descreveu como quantidades "substanciais" de bitcoin, Ethereum e Ripple.
"Mas nós mantemos nossa posição. Não acreditamos que a proibição total de criptomoedas é possível", disse ele.
O bilionário investidor norte-americano Warren Buffett, declarou que nunca investirá em criptomoedas, afirmando que tem “quase que certeza que as moedas virtuais terão um fim ruim”.
Enquanto isso, no início da semana, o banco central de Israel afirmou que não reconhece criptomoeadas como moedas reais e que é difícil elaborar regulamentos para monitorar os riscos dessa atividade para os bancos do país e seus clientes. Na avaliação do BC israelense, as moedas digitais deveriam ser consideradas como ativo financeiro, não como moedas.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais, decidiu proibir a compra direta de moedas virtuais como o Bitcoin por fundos de investimento regulados e registrados no país.
Na semana passada, a contraparte norte-americana da CVM, a Securities and Exchange Commission (SEC), fez um alerta ao afirmar que os investidores têm que ter cautela com criptomoedas e que muitos promotores de ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) e outros investimentos em moedas digitais não seguem as leis federais e estaduais de valores mobiliários.
O próprio presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, fez em meados de dezembro alerta sobre o risco de ocorrência de bolha no mercado de moedas digitais, classificando-as como “pirâmide” e passíveis de serem usadas em crimes.
As criptomoedas se valorizaram fortemente no ano passado com investidores tradicionais entrando o mercado e com a explosão das ofertas iniciais de moedas (ICOs) — rodadas de captação de recursos baseadas em moeda digital.