Cultura

Bienal de Veneza terá curador brasileiro – e ele é do MASP

Adriano Pedrosa, o atual diretor artístico do MASP, será o curador da próxima Bienal de Veneza, que acontece em 2024.

O Conselho da Bienal anunciou a escolha agora de manhã, tornando Adriano o primeiro curador latino-americano – e o primeiro residente no hemisfério Sul – a curar a Bienal mais antiga e importante do mundo.

“Pedrosa, estimado curador e diretor do importante MASP, é conhecido pela competência e originalidade que tem demonstrado ao conceber suas exposições com uma visão aberta ao contemporâneo, trabalhando a partir de um ponto de observação do mundo que não pode desconsiderar a natureza de seu lugar de origem,” disse Roberto Cicutto, o diretor-geral da Bienal.

A escolha de Adriano eleva o status do MASP e coroa escolhas feitas pela gestão do museu.

Em 2014, a atual diretoria assumiu um museu repleto de dívidas e problemas por todos os lados. A programação artística estava estagnada e sem brilho.

A nova gestão convidou Adriano para assumir a diretoria artística e deu carta branca para que ele criasse, enquanto a diretoria arrumava a casa. O resultado foi uma verdadeira revolução.

Começando com a expografia, com a volta dos icônicos cavaletes de Lina Bo Bardi, até a inovação da programação com a criação de conteúdos originais (o MASP até então importava a maioria das exposições, traduzindo o material e o catálogo).

Diferente de qualquer outro museu, a equipe curatorial liderada por Adriano criou as chamadas histórias: a série de mostras e projetos temáticos, como as Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017), Histórias afro-atlânticas (2018), Histórias das mulheres, Histórias feministas (2019), Histórias da dança (2020) e Histórias brasileiras (2022).

Mas foi a exposição “Histórias Afro-Atlânticas” que colocou o nome de Adriano em outro patamar.  A mostra ganhou diversos prêmios – dentre os quais o de melhor exposição do mundo pelo New York Times – e foi exposta no National Gallery de Washington.

“Essa indicação reflete o enorme talento do Adriano, a qualidade da programação do MASP desenvolvida dos últimos anos e toda a potência da arte brasileira e das nossas instituições culturais,” o presidente do MASP, Heitor Martins, disse ao Brazil Journal.

Adriano continuará diretor artístico do MASP, dividindo seu tempo entre as duas instituições. “O MASP e sua programação serão fortemente beneficiados pela experiência e relacionamentos que o Adriano vai adquirir nesse período,” disse Heitor.

No início do mês, Adriano ganhou o Prêmio Audrey Irmas de Excelência Curatorial, concedido pela Central de Estudos Curatoriais do Bard College, em Nova York.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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