No ar na reprise de "Tieta", no canal Viva, Betty Faria, intérprete da protagonista da novela, lembra com carinho da trama:
– Foi um momento feliz em minha vida profissional. Sinto muito orgulho de ter participado de uma obra tão linda. Assisto em estado de total encantamento e saudade. Sinto falta de Paulo Ubiratan (diretor da novela) e de colegas maravilhosos que já não estão mais entre nós. Me emociono muito com tantas lembranças bonitas.
A atriz conta que se surpreendeu com a resposta do público:
– Nunca imaginei viver isso com uma reprise. Tanta gente assistindo com prazer e alegria. É lindo. Uso Twitter e recebo muitas mensagens carinhosas por lá.
Quase 30 anos depois de sua exibição original, em 1989, Betty considera que a história, que retrata uma cidade conservadora, ainda é contemporânea:
– É uma história atual, que mostra com humor a miséria humana. Obra de arte não envelhece, né? Aguinaldo Silva foi muito feliz. E não posso deixar de falar de Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn, que fizeram uma colaboração primorosa.
Betty, que recentemente assumiu o uso de maconha em entrevista a Pedro Bial, acha que a sociedade vem lidando melhor com temas considerados tabus:
– Assuntos tratados com preconceito e rejeição vão vagarosamente sendo tratados com mais liberdade. Só o tempo muda isso. Vai devagar, mas vai.
Além da reprise de "Tieta", em breve a atriz entrará na novela "A força do querer", de Gloria Perez. Embora não possa revelar detalhes sobre a sua personagem, Elvira, a atriz diz estar satisfeita com o trabalho:
– Tenho grande admiração por Gloria, além de carinho e confiança. Já fiz algumas novelas dela, sempre com personagens muito interessantes.
Na trama, Betty, que está com 76 anos, assumiu os cabelos brancos e aparecerá assim na trama das 21h:
– Foi libertador, além de ser o normal na minha idade. Se algum personagem exigir que eu pinte, tudo bem. Mas, no meu dia a dia, estou bem feliz com minha fase grisalha.
Sobre envelhecer, a atriz considera um processo inevitável.
– Gosto muito de um frase budista: 'Dos quatro sofrimentos da vida, ninguém escapa. São nascimento, velhice, doença e morte'. E ninguém escapa mesmo – brinca.
Ela ressalta que ainda não pensa em aposentadoria:
– Adoro trabalhar. Espero continuar com saúde para exercer minha profissão, que me dá tanto prazer. Existem muitos personagens ainda para serem feitos, muitas senhoras e velhinhas que vou adorar viver.
A atriz garante que, mesmo depois de mais de 50 anos de carreira, não se incomoda com a fama:
– O lado negativo fica pequeno ao pensar no carinho e amor que recebo das pessoas.
Fonte: G1