Vinte e um presos fugiram da carceragem da 4ª Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Coorpin) de Santo Antônio de Jesus, a cerca de 185 quilômetros de Salvador, no Recôncavo da Bahia, na noite de sexta-feira (13). A informação foi divulgada na manhã deste sábado (14) pela assessoria de comunicação da Polícia Civil. Até às 10h40, apenas seis fugitivos haviam sido recapturados.
Segundo a polícia, a fuga ocorreu por volta das 23h30, quando um grupo de detentos conseguiu quebrar uma barra de ferro de uma das celas. Em seguida, utilizaram a mesma barra para quebrar os cadeados de outras celas e liberar outros detentos. Após isso, a Polícia Militar informou que o grupo utilizou cordas feitas com lençóis para pular o muro da carceragem. A unidade tem capacidade para comportar apenas seis presos, mas 21 estavam no local e todos fugiram.
A polícia informou que um delegado plantonista, um escrivão e dois agentes de polícia estavam na unidade policial, mas não perceberam a fuga, porque os presos escaparam pelos fundos. Na ação, não houve feridos.
Segundo a Polícia Civil, as buscas pelos fugitivos começaram logo em seguida e três dos detendos foram recapturados ainda na noite de sexta. Outro preso foi localizado durante a madrugada deste sábado e outros dois pela manhã.
A polícia não divulgou os nomes dos detentos que fugiram, mas disse que a maioria responde por tráfico de drogas, homicídios e roubo. Ainda segundo a polícia, os detentos são de média e alta periculosidade.
A assessoria da Polícia Civil informou que a maioria dos fugitivos já estava sentenciada e estava aguardando vaga em presídio. Outros que conseguiram escapar aguardavam audiências de custódia. Equipes da Polícia Civil e da Polícia Militar da cidade realizam buscas para tentar localizar os demais fugitivos. Ainda segundo a polícia, a segurança na delegacia foi reforçada após a fuga em massa.
Outra fuga
Foi a segunda fuga em massa registrada na Bahia em menos de 24 horas. Outra fuga ocorreu na madrugada de sexta-feira (13) no Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador. Ao todo, 17 detentos fugiram após serrarem as grades de uma das celas da unidade prisional, segundo informou a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (SEAP).
A fuga só foi detectada pela manhã, quando os agentes penitenciários da unidade perceberam os danos na cela. A unidade prisional tem capacidade para comportar 808 presos, mas, durante a fuga, estava com 1227 detentos.
Segundo informou o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb-BA), todos os 17 presos que fugiram são de uma mesma facção criminosa que nasceu em 2015 entre os pavilhões do presídio da capital e se espalhou pelo estado da Bahia
Após a fuga em massa, o governador da Bahia, Rui Costa, determinou ao secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte, a exoneração do diretor da Cadeia Pública, o capitão da PM Pablo Fagner Araújo Carvalho, e do diretor adjunto da unidade prisional, Paulo Cesar Gonçalves Sacramento.
Um dos que escaparam, conforme o Sindicato dos Agentes Penitenciários, foi Ricardo Martins Batista, 33 anos, suspeito de ter matado o delegado Luís Carlos Ribeiro Couto, 59 anos, no dia 2 de abril deste ano em Lauro de Freitas, na região metropolitana da capital baiana. Ricardo foi preso em maio de 2016. A Seap, no entanto, não divulgou nome dos fugitivos e nem confirmou se Ricardo está entre eles.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários atribuiu a fuga à superlotação da unidade carcerária e à falta de segurança do local. Em nota, a entidade afirmou que o complexo tem número maior que o indicado de presos por cela, que faltam câmeras de vigilância, iluminação nas guaritas e vigilância da polícia nas imediações e nas guarita da unidade.
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou que, por meio da Corregedoria, abriu uma sindicância para investigar os procedimentos de segurança da cadeia e as circunstâncias da fuga. A Cadeia Pública de Salvador foi inaugurada em maio de 2010 e, segundo a Seap, foi a primeira fuga registrada desde então.
Fonte: G1