Cada coração é uma célula revolucionária. E as de Adão Silva Segundo, conhecido artisticamente por Babu Seteoito, se metamorfoseia do grafite nas ruas para mergulhar no universo dos pincéis e emergir com uma nova proposta de reconhecimento da sua individualidade. Com este projeto, o artista urbano e experimentado traz a exposição “Profundidade”, que começa nesta quinta-feira (14.07), às 19h, para A Casa do Parque. A entrada é franca.
Desde 2010 trabalhando profissionalmente com arte, o artista do spray oriundo da capital mato-grossense retoma seu trabalho inicial com telas. Agora um artista com mais controle sobre seu trabalho, maduro e vivenciado que quer navegar pelo oceano dos ateliês para produzir obras protegidas das adversidades do tempo, clima e efemeridade da rua.
“Percebo que no mundo com o qual eu vivo, não existe mais o conflito da causa social, as pessoas vivem nesse cotidiano raso. Estou descobrindo que a luta é muito maior, é interna e individual. As pessoas tem que se investigar, mudar algo de dentro delas. A revolução começa de dentro. E é isso que trago com esta exposição”, explica.
Composto por escafandros, astronautas e corações, as telas e ladrilhos são objetos que convidam os visitantes a investigarem e a navegarem no universo profundo e desconhecido do âmago do nosso ser. Além disso, enfrentar a “batofobia”, o medo da profundidade que o cotidiano raso nos causa.
Questionado sobre a essência de sua nova exposição, Babu comenta que seus amigos chegaram a dizer: “Babu, você está profundo diante de pessoas rasas!”.
Mantendo seus traços peculiares, novos elementos são encontrados nesta nova fase de sua arte, como a natureza substancial e plantas tiradas de sua cabeça, que fazem parte da composição do imaginário particular do artista que agora está acessível para o público.
A idealizadora da A Casa do Parque, Flávia Salém, captou o sentido das obras e agora quer dividir a sensação com os visitantes do bistrô.
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“Babu vive um momento lindo em sua carreira, onde traz todo o diálogo da arte de rua pra dentro de uma galeria de uma forma muito natural. Me apaixonei pelas cores e misturas de formas diversas assim que vi a coletânea das obras. São folhas, corações humanos, astronautas, flores… num misto de técnicas que funcionou perfeitamente. Tenho certeza que inclusive os colecionadores mais conservadores também gostarão de ter um Babu78 em sua parede”.
Com 16 anos como grafiteiro, 26 anos andando de skate, defensor de uma lifestyle urbana, expressiva e ativa na sociedade e se autodenominando “o cuiabano do futuro”, Babu Seteoito marca as paredes de Cuiabá e de sua história na arte contemporânea por meio das tintas do grafite. O grafiteiro, que desde pequeno desenhava nas paredes de casa, já expos no Sesc Arsenal e trabalhou com Clovis Irigaray e outros artistas na exposição “Irigaray Arte Cidade”. A exposição “Profundidade” tem curadoria de Amanda Gama e Willian Gama
