Um novo ato bloqueou, nesta sexta-feira (18), a BR-174, em Pontes e Lacerda, que faz divisa com a Bolívia, a 483 de Cuiabá e o km 691 da BR-163 em Lucas do Rio Verde. Em outubro, quando as primeiras manifestações começaram, elas foram realizadas para questionar o resultado das eleições.
Em Cuiabá, o tráfego sentido norte, no km 394 da BR-364 flui em apenas uma pista. Segundo a Concessionaria Rota do Oeste, que administra a rodovia, manifestantes deixaram destroços sobre a pista, mas não estão no local. A equipe operacional aguarda autorização da PRF para liberar totalmente a via.
Segundo Francisco Elcio Lucena, superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), as esquipes estão trabalhando para desobstruir os trechos e devem direcionar força total às localidades, com medidas administrativas e judiciais, e também o uso de força moderada.
O superintendente ainda reforçou que deve se reunir, ainda nesta sexta-feira (18), com a Secretaria de Segurança Publica para planejar ações para encerrar os bloqueios.
"A Polícia Rodoviária Federal tem o compromisso constitucional de garantir a ordem e manter a livre circulação que, especialmente, garante o direito de ir e vir de todo cidadão Mato-grossense".
Bloqueio de contas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de contas ligadas a 43 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de ligação com atos antidemocráticos que questionam o resultado das eleições. A decisão foi tomada na última sexta-feira (12).
Das 43 empresas e pessoas físicas que tiveram as contas bancárias bloqueadas, 34 são de Mato Grosso. Eles deverão prestar depoimento à Polícia Federal em até dez dias.
Os nomes foram apontados pela Polícia Rodoviária Federal e pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. A maioria delas está ligada aos setores de transporte e agronegócio. Sorriso é o município com mais pessoas físicas e jurídicas citadas: 21, seguido por Água Boa (4), Cuiabá (2), Nova Mutum (2), Tapurah (2), Campo Novo do Parecis e Guarantã do Norte – com um nome, cada.
Conforme o ministro do STF, o bloqueio nas contas tem o objetivo de frear a utilização de recursos para financiar atos ilícitos e antidemocráticos.
Ainda na decisão, Alexandre de Moraes reforçou que a Polícia Rodoviária Federal apontou que empresários estariam financiando os atos antidemocráticos fornecendo estrutura completa com refeições, banheiros e barracas, por exemplo.
Para o ministro, o exercício de greve, de reuniões e passeatas não pode ferir outros direitos coletivos.
Manifestações
A Polícia Rodoviária Federal registrou, em Mato Grosso, no momento de maior impacto das manifestações, mais de 30 pontos de rodovias federais interditadas. Em alguns deles, os manifestantes atearam fogo em pneus e bloquearam as pistas com montes de terra e apenas ambulâncias e pessoas com compromissos médicos eram autorizadas a passar.
O estado também registrou manifestações antidemocráticas em frente a quartéis do Exército e batalhões da Polícia Militar na capital e em cidades do interior. Entre os participantes, pessoas pediam intervenção militar e “intervenção federal”, o que é crime, segundo a Constituição Federal.