Cidades

Artistas elogiam voz política de alunos contra reforma em escolas

"Eles estão ainda escrevendo os fascículos dessa história — especialmente porque formam um movimento político, mas apartidário, que cobra diálogo." A opinião é do rapper paulistano Criolo sobre os estudantes que ocupam as cerca de 200 escolas públicas estaduais, em São Paulo, desde o início de novembro, contra a reorganização do ensino.

Criolo foi o principal nome da Virada Ocupação que acontece desde o começo da tarde na praça Horário Sabino, no Sumaré (zona oeste), em apoio aos alunos. Ele e outros artistas falaram sobre o porquê de participarem do evento — todos, voluntariamente. De acordo com o coletivo Minha Sampa, que organiza a Virada hoje e amanhã, um total de 800 artistas e 700 produtores teria aderido às atividades.

Egresso da zona sul da capital paulista e ex-aluno de escolas públicas na região, Criolo não considerou ter, ele próprio, um recado para os estudantes das ocupações — horas antes do show na praça, ele conversou com alunos das escolas estaduais na capital e na Grande São Paulo. "Eles é que deram um recado para a gente. Estive em outras escolas ocupadas e ficou claro, para mim, que esse movimento deles passa longe da briga pelo poder que vemos hoje na política", avaliou.

'Momento lindo'
Também ex-aluna de escola pública em São Paulo, a cantora Maria Gadú classificou como "momento lindo de cidadania e de política" a ocupação e a resistência dos alunos paulistas.

"A nossa geração não teve a força social que essa meninada está demonstrando. É a primeira vez que eu vejo isso de a voz do aluno ter tamanha força — e é algo que vai muito além de ser um movimento político, muito além do fla-flu partidário: é um movimento social que mostrou que temos ainda um bê-á-bá para aprender na luta pelos nossos direitos", definiu. Gadú se disse assustada com as cenas de repressão policial contra os estudantes, nos últimos dias. "Foi desesperador; é indefensável", resumiu.

Privilégio
Natural de Porto Alegre, o cantor Filipe Catto disse ter estudado em escola particular, mas em um bairro "repleto de escolas públicas". "O mínimo que nós, artistas, podemos fazer é retribuir a determinação desses meninos; é um privilégio. E o bonito é que foi algo espontâneo, genuinamente contra o fechamento de escolas — não diz respeito àquela bipolaridade ridícula que tomou conta da discussão política recente. Achar que o ato desses alunos foi político, dentro dessa definição, seria reduzir a importância do gesto deles", considerou.

A Virada segue até as 22h e será retomada nesta segunda-feira (7), no início da tarde, com atividades e shows. Na quarta-feira, os alunos realizam um ato no vão do Masp para decidir o futuro da mobilização.

Fonte: UOL

Redação

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