O empresário argentinho Carlos Attias, suspeito de fugir do Recife com o filho Carlos Attias Boudoux, de 6 anos, em dezembro do ano passado, teve o nome incluído nas lista de procurados da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. Com isso, o estrangeiro passa a constar na lista da difusão vermelha e, com isso, a ser procurado em 192 países do mundo. A informação foi confirmada na noite de quinta-feira (1º) pela Polícia Federal.
Segundo a PF, o mandado de prisão expedido pela Justiça pernambucana já havia sido enviado e todos os trâmites burocráticos e legais em Brasília para a inclusão no sistema de alerta e difusão vermelha da Interpol foram cumpridos e aceitos. O caso envolvendo as acusações de Cláudia Boudoux, mãe de Carlinhos, ganhou repercussão em fevereiro, quando a fisioterapeuta denunciou à Polícia Federal o desaparecimento do filho e acusou o ex-marido. Um dia antes, já havia feito uma denúncia no Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil.
Em agosto, a prisão preventiva de Carlos Attias foi decretada pela Justiça de Pernambuco. O menino morava no Recife com a mãe, a fisioterapeuta Cláudia Boudoux, que afirma não ver a criança desde o Natal. Segundo o delegado Francisco Océlio, até a decretação da prisão, a Polícia Civil só tinha expedido um mandado de busca e apreensão do garoto, o que dificultava o processo de localização.
Pouco depois de a mãe denunciar o empresário em fevereiro, a PF emitiu um alerta nos aeroportos internacionais. Caso seja comprovado que o pai saiu do país com o filho sem a autorização da mãe, Attias pode ser punido com quatro anos de reclusão, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Entenda o caso
A fisioterapeuta conta que, na noite de Natal, um oficial de Justiça chegou à casa dela, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, com um mandado para que dois filhos, uma menina de dez anos, e o menino fossem para casa do pai, um comerciante argentino de 53 anos.
No dia seguinte, as duas crianças seguiram para a casa do pai, com previsão para retornar dois dias depois, mas isso não aconteceu. Sem encontrar as crianças e nem conseguir contato com o ex-marido, Cláudia procurou a Justiça.
Acompanhada por um oficial de Justiça, a fisioterapeuta seguiu até a casa e a empresa do pai das crianças, mas não as encontrou. No dia 30 de dezembro, o pai conseguiu o direito de passar a virada do ano com os dois filhos, com previsão de entregá-los à mãe no dia 2 de janeiro, desde então ninguém sabe de seu paradeiro e o do garoto Carlinhos.