Economia

Argentina paga parcela e evita calote da dívida

 
"A República Argentina, em cumprimento ao contrato com os detentores dos títulos que aderiram ao acordo, procedeu o pagamento dos serviços de capitais e os juros", disse nesta quinta o ministro da Economia, Axel Kicillof, durante coletiva de imprensa.Na semana passada, a Justiça dos EUA rejeitou uma apelação da Argentina para evitar o pagamento de US$ 1,33 bilhão a credores de fundos especulativos que não aceitaram a renegociação da dívida do país, no início dos anos 2000, ao contrário de cerca de 90% dos demais credores. Os credores que aceitaram a renegociação têm recebido do governo argentino pagamentos parcelados a chamada dívida reestruturada. Foi uma dessas parcelas que o governo argentino pagou nesta quinta.
 
Entenda
O novo imbróglio argentino remonta à crise de 2001, quando em meio a grave crise econômica e política, a Argentina anunciou um calote em sua dívida pública, que era de cerca de US$ 100 bilhões.Quatro anos depois, no governo Nestor Kirchner, o país tentou recuperar a credibilidade oferecendo a quem tinha sido prejudicado pelo calote pagamentos com descontos acima de 70%. Mais de 90% dos credores aceitaram a proposta e vêm recebendo esses pagamentos em parcelas (a dívida reestruturada). Os que não aceitaram, no entanto, recorreram a tribunais internacionais.
 
Em 2012, um dos casos, movido por fundos especulativos, recebeu uma decisão favorável da Justiça dos Estados Unidos, que determinou que a Argentina deveria pagar US$ 1,33 bilhão aos fundos. O governo argentino recorreu, e o caso chegou à Suprema Corte dos EUA, que decidiu manter a condenação, derrubando uma medida cautelar que suspendia os efeitos da determinação judicial anterior.
 
"A suspensão do 'stay' (medida cautelar) por parte da Justiça impossibilita o pagamento em Nova York da próxima parcela da dívida reestruturada [as parcelas pagas aos credores que aceitaram o desconto] e revela a ausência de vontade de negociação em condições distintas às obtidas na sentença ditada pelo juiz Griesa", disse o ministério da Economia argentino no último dia 19. 
 
G1

Redação

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