Economia

Área de extração de madeira encolhe até 5% ao ano

 
No entanto, problemas na dinâmica deste tipo de negócio, como a burocracia e a utilização de processos ultrapassados de monitoramento e liberação de projetos de manejo, fazem com que a área diminua de 3% a 5% nos últimos anos.
 
A informação é do diretor executivo do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Álvaro Leite.
 
De acordo com ele, o discurso de agressão à natureza deve ser feito com lisura, pois as empresas e empresários que tem em seus negócios a extração de madeira de nativa, por meio de manejo, “protegem a natureza”. Ele afirma também que os processos lentos de liberação de extração, por parte da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), não são os únicos motivos de receio dos investidores da área. As próprias características do negócio, segundo ele, ajudam a explicar a retração da atividade em épocas recentes.
 
“É necessário haver digitalização dos processos na Sema para acabar com a burocratização. Outros fatores, como escassez de mão de obra e matéria-prima distante das indústrias tornam este mercado extremamente competitivo”, diz.
 
De acordo com o estudo Acertando o Alvo 3, do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), o Brasil, com 6,3 milhões de hectares, é o sexto país em termos de área certificada, isto é, que possui a certificação Forest Stewardship Council (FSC), solução cunhada após a Rio-1992 como alternativa que concilia interesses socioambientais e econômicos, em uma estrutura transparente de monitoramento e de governança de práticas produtivas florestais.
 
Mesmo tendo uma posição privilegiada em relação à geografia e seu próprio ecossistema, que possui parte da floresta amazônica, Mato Grosso tinha até 2012 apenas uma floresta e uma indústria certificada pelo FSC.
 
Para Álvaro, o caminho a ser seguido para expansão dos negócios é o da informatização do sistema de monitoramento de extração de madeira. De acordo com ele, com o atual nível de tecnologia presente nos órgãos estaduais “nem vinte Semas dariam conta de armazenar todos os papéis gerados pelos processos de manejo”.
 
Dados da própria Sema-MT apontam que 65,1% dos produtos de origem florestal vão para outros Estados e 24,65% são consumidos dentro de Mato Grosso.
 
Para o representante do Cipem, no entanto, esses números poderiam ser maiores e ele se queixa da demora para obtenção das licenças de manejo.
 
“A questão das licenças hoje é sofrível. Um processo que deveria levar 90 ou 120 dias, em alguns casos leva até dois anos”, lamenta.
 

Redação

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