Economia

Área de cevada deve aumentar

Mesmo assim, produtores que possuem área agricultável destinam parte ao cultivo do cereal, que disputa com o trigo, especialmente com relação ao preço. “Se o preço do trigo estiver superior, a área de cevada recua, normalmente isso que acontece”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo, Euclydes Minella.
 
Em 2012 ocorreram duas situações distintas no país. No Rio Grande do Sul, foram cultivados 50 mil hectares, mas devido a chuva em excesso, a qualidade foi ruim e, cerca de 50% apenas da produção foi destinada para malte. Já no Paraná, a produção obtida não chegou a ser a estimada, em contrapartida, a qualidade foi considerada boa.
 
Em 2011, o Rio Grande do Sul cultivou 30 mil hectares com cevada e passou a 50 mil há em 2012. Conforme o pesquisador, a tendência parta 2013 é da área ser mantida no Estado ou até mesmo, ampliar, visando atender a necessidade de processamento da Ambev, instalada em Passo Fundo. “Acredito que sejam destinados na próxima safra 60 mil há para cevada no Estado”, diz Minella.
 
Segundo ele, além de área, também há semente disponível para esse crescimento. A decisão de aumento vai ficar a cargo dos produtores, que terão em vista os preços que forem mais atrativos: cevada ou trigo. ‘A cevada compete área com o trigo. Mas quem possui terra, tem condições de cultivar ambas culturas. Entretanto, eles optam pelo que for mais vantajoso.

Os fatores que historicamente comprometem parte da safra de cevada na região são chuva em excesso no período de espigamento e maturação da cultura, o que impede haver germinação de 95% – condição necessária da produção ser destinada para malte.
 
Na região, o plantio começa no final de maio. “Estamos procurando redefinir o zoneamento, no sentido de não coincidir com o excesso de chuva em outubro, já que é o mês mais chuvoso do ano, mas não podemos comprometer a safra também, tendo em vista as geadas tardias, que provocam prejuízos”, explica.
 
Entre as vantagens do cultivo de cevada, de acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, está a colheita mais cedo do que o trigo, permitindo assim, a implantação da soja no cedo – principal cultura econômica do Estado. Existe ainda, o lado comercial, já que toda cevada produzida para maltaria é contratada com valores definidos antes do plantio. “Assim, o produtor já sabe quanto vai receber por tonelada, uma vez que entregue a produção nas condições firmadas”, ressalta.
 
No último mês, o diretor geral do programa de pesquisa da ABImbev, de Colorado, Estados Unidos, esteve visitando a unidade de pesquisa da Embrapa Trigo, avaliar a parceria e planejar os próximos passos, entre eles, testar os materiais produzidos pela Embrapa Trigo em outros países.
 
E para avaliar os resultados das últimas safras de cevada, projeção futura e analise de resultados de pesquisa, vai ser realizado nos dias 16 e 17 de abril, a Reunião Nacional de Pesquisa da cevada, na Embrapa trigo. O evento acontece a cada dois anos.

 

Fonte: PrimeiraHora | Diário da Manhã

Redação

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