Economia

Após vitória de Trump, mercado vê corte menor de juros no fim do mês

Após a vitória do candidato republicano na eleição dos Estados Unidos, Donald Trump, que trouxe nervosismo aos mercados, os economistas dos bancos passaram a estimar uma queda menor dos juros na última reunião do Comitê de Política (Copom) do Banco Central deste ano, marcada para o final de novembro.
Até então, a estimativa da maior parte dos analistas era de uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica da economia, de 14% para 13,50% ao ano. Entretanto, após a confirmação de que o magnata norte-americano foi vencedor no pleito nos EUA, o mercado passou a prever uma redução menor, de 0,25 ponto percentual – para 13,75% ao ano.
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e divulgadas nesta segunda-feira (14), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. Mais de 100 instituições financeiras foram ouvidas.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros permaneceu em 10,75% ao ano, o que pressupõe uma continuidade da queda dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados para o IPCA.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços. Quando julga que a inflação está compatível com as metas preestabelecidas, o BC pode baixar os juros.
O BC tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%), e também fazer convergir a inflação para a meta central de 4,5% em 2017.
Dólar mais alto
Também por conta da ascensão de Donald Trump ao poder na maior economia do mundo, o mercado financeiro também passou a estimar um dólar mais alto no fim de 2016 e também de 2017. A moeda norte-americana operou pressionada na última semana.
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 subiu de R$ 3,20 para R$ 3,22. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar subiu de R$ 3,39 para R$ 3,40.
Inflação e PIB
A estimativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 6,88% para 6,84% na semana passada. Mesmo assim, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação e bem distante do objetivo central fixado para 2016, que é de inflação de 4,5%.
Para 2017, a previsão do mercado financeiro para a inflação recuou de 4,94% para 4,93%. O índice está abaixo do teto de 6% para o IPCA, fixado para o ano que vem, mas ainda acima da meta central, que de inflação de 4,5%.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, o mercado financeiro prevê agora um encolhimento de 3,37%. Na pesquisa anterior, feita na semana retrasada, a previsão a previsão era de queda de 3,31%.
Essa será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de retração no nível de atividade da economia – a série histórica oficial, do IBGE, tem início em 1948. No ano passado, o recuo foi de 3,8%, o maior em 25 anos.
Os economistas das instituições financeiras também baixaram a previsão de alta do PIB em 2017, de 1,20% para 1,13%, informou o BC.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Balança comercial
A projeção dos analistas para a balança comercial em 2016 recuou de um superávit (exportações maiores que importações) de US$ 47,7 bilhões para um saldo positivo de US$ 47,6 bilhões. Para o próximo ano, a previsão de superávit subiu de US$ 44,5 bilhões para US$ 45 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em US$ 65 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas subiu de US$ 68,5 bilhões para US$ 70 bilhões.

Fonte: G1

Redação

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