Às vésperas da abertura da 13ª edição do Festival de Siriri de Cuiabá, os quintais cuiabanos dos grupos participantes estão agitados. Os ensaios técnicos têm reunindo, diariamente, dançarinos, músicos, tocadores, coreógrafos, entre outros, com o objetivo de promover um grande espetáculo da cultura regional.
A edição de 2019, que marca a retomada do evento após 5 anos, ocorre nos dias 17, 18 e 19 de maio, no Espaço Liu Arruda, no Museu do Rio, e contará com a participação de 8 grupos convidados. A festa de abertura será realizada na sexta-feira (17), às 21h, e contará com shows regionais e apresentação especial do premiado Grupo Flor Ribeirinha – que trabalha há mais de 24 anos no resgate, manutenção, proteção e difusão da cultura popular, sobretudo o Siriri e Cururu.
Os selecionados desta edição são os Grupos Flor Serrana, Coração Tradição Franciscano, São Gonçalo Beira Rio, Siriri Tradição Coxiponé, Raízes Cuiabana, Folclórico de Siriri Voa Tuiuiú, Associação Cultural Flor do Campo e Associação do Grupo de Siriri Flor de Atalaia.
Para Dorilene das Chagas, presidente do Grupo Coração Tradição Franciscano, do bairro São Francisco, criado em 2010, o evento é uma grande oportunidade de divulgar a cultura e manter a tradição da dança folclórica cuiabana. “Estamos ensaiando as danças e as músicas que fazem parte do repertório do grupo. Além de composições novas feitas especialmente para a ocasião”.
Outro quintal que está movimentado nos últimos dias é o do Grupo Folclórico Voa Tuiuiú, que envolve a comunidade do Itapajé e entorno. Com 11 anos de existência, a coligação já é considerada um dos principais Grupos Folclóricos do Estado. Aos finais de semana é uma maratona de ensaio, canto e dança, o dia todo.
“Todos juntos para conseguirmos finalizar todos os adereços e as coreografias. Saber que o Festival está de volta deu um gás em todos os grupos”, avalia coordenador do grupo, Osmar Arruda de Lima, destacando que o Festival é a maior vitrine do Siriri e esse ano tem um sabor especial e os grupos estão mais unidos e que farão um lindo espetáculo na arena.
A presidente do Grupo Flor do Campo, Matilde da Silva, ressalta que os componentes estão empenhados e dedicados aos ensaios. “Estamos de corpo e alma neste Festival. Não medindo esforços para fazer uma bela apresentação”.
A produção
O Festival está sendo viabilizado por meio do Fundo Municipal de Apoio ao Estímulo à Cultura, via edital. A seleção e aprovação foram realizadas pelo Conselho Municipal de Cultura e a organização vencedora do chamamento público foi a Central de Eventos CorDeMato. Ao todo foi destinado recurso de R$ 350 mil, oriundo da Fonte 100, que cobrirá gastos de serviços e equipamentos, além de ajuda de custo para os grupos.
De acordo com o produtor cultural e atual presidente da empresa organizadora, Johnny Everson, o que chamou a atenção na iniciativa é o fato de que, mais que realizar um festival, a prefeitura buscou realizar um processo de reconstrução dos quintais, de fortalecimento do símbolo que é o Siriri. “A administração vem realizando, desde outubro de 2018, uma série de ações e oficinas para qualificação dos envolvidos no movimento do Cururu e Siriri em Cuiabá, dentro dos seus próprios espaços, como forma de incentivo”.
Everson lembra ainda que a edição tem caráter competitivo de classificação, fazendo com que os grupos se mobilizem para melhorar sua condição de apresentação. “O projeto contemplou cada uma das agremiações com R$ 10 mil para que possam investir em suas vestimentas, figuras lendárias e adereços, entre outros. Além de concorrerem à uma premiação em dinheiro. É uma grande iniciativa”.
O evento é uma realização da Prefeitura de Cuiabá, por meio de Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, e Central de Eventos CordeMato e apoio do Governo Federal, por meio da Secretaria Especial da Cultura – Ministério da Cidadania.