Após se reunir com representantes do setor de transportadores de Mato Grosso e, conhecer, in loco, a situação dos caminhoneiros autônomos, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou durante audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (22), que deverá ser apresentada a proposta de carência de 12 meses para as prestações do setor.
“O setor de transporte também passa por grande dificuldade em honrar as parcelas dos caminhões. Fui demandado pelo setor porque é um assunto que tem correlação conosco por conta do escoamento da safra”, explicou o ministro. Desta forma, Fávaro procurou o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante para tratar da questão.
“Nos próximos dias, nós devemos anunciar uma carência de 12 meses para todas as prestações do setor de transporte brasileiro. Para que ele possa fazer caixa, não precisar pagar as parcelas em 12 meses, se reestruturar nesse momento difícil e, então, ter um ano a mais para pagar seu caminhão, mas que continue ativo, gerando tantas oportunidades para o povo brasileiro”, declarou o ministro.
Na última semana, Fávaro recebeu representantes da Federação Nacional das Cooperativas de Transportadores do Estado de Mato Grosso (Fetranscoop-MT), Cooperativa dos Trabalhadores de Nova Mutum (Cootram), Cooperativa de Transportadores de Lucas do Rio Verde (Cootransverde), Cresol – MT, Cooperativa de Transportes de Nova Olímpia – Bigcooper e da Sicredi Ouro Verde (MT) na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília.
Essencial para o escoamento da safra, o trabalho dos transportadores também foi impactado pelas intempéries climáticas e o achatamento do preço das commodities. Desta maneira, os profissionais, em especial os caminhoneiros autônomos, acabam sendo mais afetados por conta da diferenciação de frete para baixo, uma vez que não contam com grande frota e nem realizam o contrato direto com as empresas do agronegócio.
A situação tem levado muitos profissionais a sofrerem busca e apreensão de seus veículos. Representante da categoria na Câmara Municipal de Diamantino, o vereador Arnildo Gerhardt Neto explicou a parcela de um conjunto completo (caminhão engatado) é de, aproximadamente, R$ 35 mil por mês. Já o faturamento do caminhoneiro autônomo está em torno de R$ 18 mil, segundo o parlamentar.
“Não sustenta nem para a parcela, nem para a manutenção. Tem que ter uma carência, tem que ter um fôlego porque o nosso transporte puxa commodities e se não tem produção, não tem renda, não tem faturamento”, disse.
O ministro conferiu a situação dos caminhoneiros m Diamantino, município que está localizado num ponto chave para escoamento da safra, nas rodovias BRs 163 e 364, em Mato Grosso, no último dia 5.
Depois de conversar com os profissionais e verificar algumas situações de caminhões apreendidos, o ministro informou que situação é semelhante à dos produtores rurais, por se tratar de um elo da cadeia produtiva.
Desde então, o ministro tem tratado a questão diretamente com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, além do ministro Renan Filho e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Assim, a proposta de renegociação das parcelas, a exemplo do que foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para os produtores impactados pelas adversidades climáticas, será apresentada para os transportadores em breve.
Fonte: Assessoria