Cidades

Após diversas denúncias, Lar da Criança passou por melhorias

Em 2014, o Lar da Criança, na capital, esteve sob foco do jornal Circuito Mato Grosso. Maus tratos, fugas e até rebeliões foram registrados de dentro da instituição. Alvo de investigações do Grupo Especial de Repressão o Crime (Gaeco), a Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas-MT), estava sob o comando da primeira-dama Roseli Barbosa. Irregularidades sobre o processo de licitação da pasta foram relatadas pelas edições 473 e 493 do Circuito.

Após série de denúncias envolvendo desde profissionais despreparados para cuidar dos internos – crianças vítimas de violência doméstica e abandono – até superlotação, clausura e agressões, o Lar da Criança começou, em setembro deste ano, a passar por um processo de humanização a fim de atender às normas do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

As mudanças começaram a ocorrer quando a diretoria anterior deixou a instituição – em meio à denúncia da morte de uma criança que está sendo apurada pela Delegacia de Defesa de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).

Como o anunciado pelo Circuito, o Lar da Criança será fechado. A instituição deverá deixar de existir até 2017 e o processo seguirá etapas que incluem a construção de casas-lares na capital e no interior do Estado. “Também estamos buscando a agilização dos processos de adoção, além da devolução das crianças aos pais ou familiares”, relata Marimar Michels. A primeira casa-lar está prevista para ser inaugurada no final de setembro. A Prefeitura de Cuiabá começou a construir o prédio após assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual (MPE), visto que a responsabilidade de acolhimento às crianças vítimas de violência doméstica e abandono cabe aos municípios. “Realmente o Lar funciona como um grande orfanato e o ideal é que uma casa acolha no máximo 20 crianças”, afirma a superintendente da instituição que mantém atualmente pelo menos 80 internos.

Uma das situações que fere diretamente as normas do Conanda e que também foi denunciada diversas vezes pelo  Circuito Mato Grosso é o uso coletivo de roupas e objetos pessoais numa instituição que deveria oferecer ambiente semelhante a um lar, uma família. Nos últimos dias algumas ações começaram a ser colocadas em prática a fim de mudar este sistema. “Já compramos novas toalhas e elas serão bordadas com o nome de cada interno”, relata Marimar Michels. Também foram instaladas caixinhas personalizadas próximas a cada cama, onde são guardados objetos pessoais. “Agora cada um terá sua pasta contendo fichas e inclusive fotos de todas as atividades realizadas dentro e fora da instituição”, garante a gestora.

Redação

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