Mesmo com a leve queda de -0,46% registrada em junho, a inadimplência ainda afeta 1,208 milhão de pessoas em Mato Grosso, o que representa 46,33% da população estadual. O número corresponde à saída de 5.585 consumidores do cadastro negativo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) no comparativo com maio. O desempenho do estado vai na contramão do avanço registrado no Centro-Oeste (+0,40%) e na média nacional (+0,93%).
No acumulado do primeiro semestre de 2025, no entanto, o número de inadimplentes cresceu +1,20% no estado. Foram 14,3 mil novas inclusões no cadastro negativo entre janeiro e junho, o que demonstra uma reversão da tendência de 2024, quando houve queda de -5,24% no mesmo período. A maior alta do semestre foi nas dívidas com instituições financeiras, que subiram 4,93%, enquanto os débitos com água e luz caíram -18,56% e com o comércio, -1,63%.
Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), Júnior Macagnam, a situação é preocupante, mas há espaço para recuperação. “O comércio cuiabano está aberto à renegociação. Os consumidores devem procurar as empresas para quitar suas dívidas e limpar o nome”, afirmou. Ele destaca que a combinação de juros altos e falta de educação financeira contribui para o superendividamento das famílias.
Os dados do SPC Brasil indicam que os mato-grossenses somam R$ 6,65 bilhões em dívidas em aberto, com uma média individual de R$ 5,5 mil por inadimplente. A maioria das pessoas negativadas tem entre 30 e 49 anos (49,28%), com idade média de 43,4 anos. Do total, 53,71% são homens e 46,29% mulheres, refletindo um perfil ainda fortemente impactado por dificuldades econômicas persistentes no estado.