Em entrevista ao Circuito Mato Grosso, o deputado estadual Oscar Bezerra confirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito do Ministério Público foi prorrogada por mais seis meses. "Ela foi prorrogada faz 25 dias. Prorrogada por mais seis meses. Portanto, tem mais seis meses para a conclusão", disse. Bezerra é o presidente desta CPI que se arrasta desde 2015.
A CPI investiga suspeitas de irregularidades nas negociações das cartas de crédito da CEMAT que teriam sido negociadas com auxílio de procuradores do Ministério Público de Mato Grosso. Segundo as acusações que partiram do ex-secretário de Estado, Éder Moraes, 45 agentes teriam sido beneficiados com um valor total superior a R$ 10,3 milhões. O caso veio à tona após a deflagração da quinta fase da Operação Ararath em maio de 2014. Em mandados de busca e apreensão cumpridos na residência do ex-secretário de Estado de Fazenda, onde foram encontrados documentos e planilhas que detalham o pagamento de precatórios.
Desde que foi instalada há três anos, a CPI já foi prorrogada pela quinta vez. A penúltima foi em outubro de 2017, que estendeu por mais 180 dias (seis meses) o prazo de funcionamento da Comissão. O prazo venceu em abril deste ano. O que foi revertido com a nova prorrogação.
Após passar um tempo fora da mídia desde a sua prisão em 2017, Éder deu uma entrevista ao jornalista Edivaldo Ribeiro. Ao longo de uma série de críticas, o ex-secretário relembrou as acusações que são objetos da CPI na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
“Eu não tenho receio dessa discussão com o Ministério Público. Eu conheço o Ministério Público de Mato Grosso. Eu sei como as coisas funcionam lá você. Fui o autor da denúncia das cartas de crédito”, disse em entrevista.
Sem relevância
Apesar do tom de "revelação" da entrevista, o deputado Oscar Bezerra disse não assistiu a entrevista e, também, que as acusações de Éder não pautam a Assembleia Legislativa. “Então, não vou me basear por causa de entrevista de Éder a condução da CPI do MP. Não é baseado em entrevista de ninguém não. É o trabalho normal da casa”, enfatizou.
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) ainda não se posicionou sobre o assunto quanta as acusações de Éder e não retornou com uma resposta até a publicação desta matéria.