Economia

Apesar da Carne Fraca, exportação de carnes sobe 9% em março

Foto Reprodução

DO G1

A exportação de carnes pelo Brasil aumentou 9% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, informou nesta segunda-feira (3) o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

O resultado positivo ocorreu apesar da Operação Carne Fraca, deflagrada em 17 de março, e das restrições à importação da carne brasileira adotadas por alguns países logo após a divulgação das suspeitas, que incluiam corrupção de fiscais agropecuários e venda de carne estragada.

Segundo o MDIC, a exportação de carnes de frango, bovina e suína, juntas, somaram US$ 1,34 bilhão em março. No mesmo mês de 2016, foram de US$ 1,23 bilhão. Os valores consideram os embarques de carnes in natura e processadas.

Entretanto, se consideradas as exportações por tipo de carne, houve queda nas vendas da bovina para outros países em março. De acordo com o MDIC, as exportações somente de carne bovina in natura somaram US$ 404 milhões no mês passado, contra US$ 411 milhões de março de 2016.

As exportações de carne de frango e suína in natura, por outro lado, aumentaram no mês passado. A primeira, passou de US$ 511 milhões para US$ 571 milhões e, a segunda, de US$ 99 milhões para US$ 138 milhões.

Poucos dias depois da deflagração da Operação Carne Fraca, o Mdic chegou a divulgar números que apontavam para um tombo nas exportações de carne pelo Brasil. Nos dias seguintes, porém, as restrições à carne brasileira foram suspensas por alguns países, entre eles a China, maior importador do produto em 2016.

Impacto baixo

Segundo o diretor do departamento de estatísticas e apoio à exportação do MDIC, Herlon Brandão, a Carne Fraca quase não teve impacto nas exportações de carnes brasileiras. Houve uma redução na média diária de exportações na quarta semana do mês, logo após a operação, mas depois houve uma recuperação.

Até a terceira semana do mês de março a média diária de exportação do segmento carnes foi de US$ 63 milhões, caindo para US$ 50 milhões na quarta semana e, depois, subindo para US$ 52 milhões na quinta semana. No mês, a média diária foi de US$ 57 milhões.

Segundo Herlon Brandão, mesmo a queda verificada na exportação de carne bovina não teve impacto da operação, segundo ele, no primeiro bimestre a venda de carne bovina in natura já vinha apresentado redução de 4,5%.

"Uma queda concentrada nas compras do Egito, que é um comprador importante que tem reduzido a compra de carne bovina", afirmou.

Superávit recorde

As exportações brasileiras, incluindo produtos de todos os setores, superaram as importações em US$ 7,145 bilhões no mês de março, informou nesta segunda-feira (3) o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

O superávit (resultado positivo) foi o maior para meses de março desde o início da série histórica, em 1989. Ou seja, foi o melhor resultado para março em 29 anos.

No mesmo mês do ano passado, a balança comercial brasileira também havia registrado superávit, porém menor: US$ 4,431 bilhões.

Segundo o governo, as exportações somaram US$ 20,085 bilhões em março, alta de 25,6% em relação ao mesmo mês de 2016. A média por dia útil passou de US$ 726,9 milhões em março de 2016 para US$ 873,3 milhões em março deste ano, uma alta de 20,1% – março de 2017 teve um dia útil a menos que março do ano passado.

Já as importações somaram US$ 12,940 bilhões, uma alta de 10,6%. Na média por dia útil as importações aumentaram 7,1%, passando de US$ 562,6 milhões para US$ 525,5 milhões.

No mês, as exportações dos três grupos de produtos tiveram aumento. Na média de exportação por dia útil, a venda de básicos aumentou 29,7%, de manufaturados cresceu 12,3% e de semimanufaturados aumentou 7,4%.

No lado das importações, a compra de combustíveis e lubrificantes cresceu 14,4%, a de bens intermediários aumentou 10,6% e a de bens de consumo teve alta de 1%.

Segundo o governo, em março de 2017 as exportações somaram US$ 20,085 bilhões e, as importações, US$ 12,940. A diferença entre os dois valores é o superávit de US$ 7,145 bilhões.

No primeiro trimestre, a balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 14,424 bilhões, o melhor resultado para o período de toda a série histórica, iniciada em 1989. O superávit é resultado de US$ 50,466 bilhões em exportações e US$ 36,042 bilhões em importações.

Redação

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